Estrangeiros terão 40% do etanol brasileiro até 2015, diz Unica
(Isabela Mariano)
Nos próximos 5 anos, cerca de 40% da produção brasileira de etanol estará nas mãos de estrangeiros. A projeção foi apresentada pela União da indústria de Cana de Açúcar (Unica) no congresso mundial de Etanol, que reúne em Genebra as maiores indústrias de biocombustíveis do mundo. A projeção foi considerada por empresários como o maior reflexo da revolução silenciosa que sofre o setor no mundo. Após dois anos de crise, os países produtores de etanol passam por uma sólida reestruturação. Porém, movimentos estratégicos de aquisições e fusões não estão sendo liderados por grupos agrícolas, mas sim pelas grandes empresas petroleiras do mundo. Grandes multinacionais de energia como a Shell, BP e Petrobrás já anunciaram que vão fazer investimentos substanciais nos próximos anos no setor de etanol. Para elas, o biocombustível será o principal complemento do petróleo nos próximos 30 anos, e o Brasil, será o principal alvo desse mercado. Para as multinacionais de energia, o etanol tem sido visto como uma fonte de energia mais acessível que o petróleo no Ártico, as reservas nos países da Opep, ou a gasolina na Venezuela. Em 2007 apenas 7% do etanol brasileiro estava em mãos estrangeiras, a previsão para 2010 era que essa porção chegaria a 12%, porém, o percentual hoje é de 22%. Segundo a Unica, a projeção é de que 40% do etanol brasileiro já esteja atendendo o mercado externo nos próximos cinco anos. Desde 2005, investimentos no setor permitiram uma expansão de 70% na produção de etanol no Brasil. Entretanto, as tendências demonstram que o mercado interno não será o maior beneficiado.
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