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Viagem ao Paraguay - PARTE 1
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Paraguay

...Era para ser 1 viagem de negócios...
Quem acaso houve falar numa viagem ao Paraguay... não faz realmente idéia do q isso significa e o mundo peculiar e paralelo que existe em torno deste lugar.
Resolvi fazer 1 viagem ao Paraguay, especificamente com a intenção de “ir as compras” em Ciudad Del Leste, Zona Franca, situada na divisa do Brasil c/ o Paraguay.
Procurei através d contatos de amigos alguém que conhecesse alguém que já fizesse esta viagem c/ experiência e pudesse “me mostrar o caminho das pedras”.
Uma senhora apareceu em meus contatos, ela se chamava Tia Isaura. Ela fazia viagens contantes ao Paraguay e comprava para vender em sua banca e em seu pequeno depósito-loja somente brinquedos importados.
Ao contactá-la tive uma boa impressão. Ela se mostrou aberta e c/ experiência para poder me ajudar a conhecer os meios utilizados das compras ilegais e de como trazer as mercadorias.
Marcamos um dia onde a excursão de ônibus sairia de SP, data que foi alterada por duas vezes seguidas. Fazendo com que eu tivesse q sair de minha cidade de origem muito as pressas. Chegando no centro de SPaulo, fui encontra-la em “seu quartel-general”, seu pequeno depósito que ficava num prédio nos arredores da rua 25 de março e muito próximo também ao ponto de partida da viagem, no final da Av Barão de Duprat.
O local já era conhecido até por mim mesma que passei ali tantas vezes e nunca soube exatamente q aquele burburinho todo de gente com todas aquelas sacolas eram de excursões de ônibus para o Paraguay!. Antes eu achava se tratarem de ônibus que vinham comprar na rua 25 de março!
Reconhecendo então a área e podendo avaliar o contexto em q eu estava inserida q não me parecia não muito promissor e seguro, passei a fazer parte temporariamente daquele novo grupo e categoria de pessoas decidida a conhecer os esquemas dessa viagem q poderia me trazer algum novo negócio.
Os ônibus paravam em fila, pois eram vários. As pessoas iam se achegando ao “guia”e seu sócio-auxiliar, requisitando seus lugares no ônibus. Percebi q todos se conheciam entre si. Não havia a possibilidade da entrada de um estranho no meio daquelas pessoas. Todos eram “muambeiros”. Fui apresentada ao guia como 1 acompanhante de Tia Isaura, “sua sobrinha”, que viajava ao Paraguay pela primeira vez e q era de confiança e conhecimento dela para poder então... , embarcar na viagem. O linguajar também era peculiar e estranho. Uma mistura de nordestino com paulista, e haviam palavras e gírias específicas p/ aquele meio. Para embarcar você tinha q pagar o valor de R$50,00 reais... quem poderia cobrar + por todo AQUELE CONFORTO?...
Ao subir no ônibus e procurar 1 lugar, minha segunda surpresa (pois a primeira foi ver o quanto ele era velho e sem conforto) , foi ver o ônibus com pouquíssimos bancos para sentar. Tia Isaura notou meu questionamento e respondeu:__ “Eles tiram os bancos para que sejam colocados no lugar; entre os bancos,... as caixas de mercadorias q eles trazem, q nem sempre cabem no bagageiro...(quando tem um bagageiro...)”.
Não havia 1 horário CERTO para partir. O guia ficava por ali, no churrasquinho da esquina, na conversa e no bate papo com um caderno de anotações na mão c/ nomes, valores e quantidades. Parecia 1 Buckmaker.
Chegamos no churrasquinho para beber algo e percebi q ele se envolvia numa conversa calorosa c/ vários homens, dentre eles, (a tia baixinho e no cantinho disfarçadamente ...traduzia e me explicava muitos dos acontecimentos para mim q estava ali pela primeira vez) __ “Esse aí que está batendo boca com ele é um policial corrupto... ele está entregando um cheque que voltou”. O homem era “pesado”. Da boca do infeliz só saía palavrões e xingos e muita, muita ira.
Abaixei os olhos várias vezes para não se deixar perceber entre eles, perplexa com o meio e os modos. Percebi que tudo era na verdade 1 momento comum entre eles. A propina rolava livre. Era já a muito tempo 1 esquema montado. Bastava aceitar e conviver no meio.
Escolhidos os “lugares”para sentar no ônibus, não consegui encontrar 1 assento em que o a dura almofada não estivesse solta e o banco não tivesse os parafusos presos no solo do ônibus todos meio soltos. Fiquei mal impressionada.
Eu havia levado 1 almofada. Vi a tia entrar com uma almofada, dois travesseiros e um cobertor. Eu ficava imaginando para q.
O ônibus partiu qdo e cerca de 18 passageiros entraram. O sócio pediu 1 minuto de silencio pa/ q cada 1 fizesse suas orações pessoais para a proteção de nossa viagem. Eu acho que dispendi bem mais que três minutos em minhas orações.
O rapaz q se sentou a minha esquerda logo conversava. Ele era do estado do Pará. Veio morar em SP a uns 8 anos e fez sua vida na 25 de março como ambulante e muambeiro do Paraguay. Já tinha esposa e 2 filhos e vivia normal esta vida de trazer mercadorias do Paraguay. Logo ele pendurou as próprias pernas enrolando-as na cortina do ônibus p/ esticar o corpo fazendo assim 1 rede, possibilitando esticar-se.
(continua na parte 2)



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