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Viagem ao Paraguay - Parte 7
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No dia seguinte um a nova longa espera. Várias pessoas, novos muambeiros aparecidos um de cada canto, já esperavam este novo ônibus. Ficamos até as 17:00 hs aguardando o carregamento e acredito que por motivo de fiscalização o ônibus não saiu naquele dia!
Dentre estas pessoas conversando embaixo das árvores onde era mais fresco do lado de fora do salão, eu conheci uma mulher , com cerca de uns 30 anos. Ela era muambeira como profissão...Estava grávida de 6 meses... E havia saído da cadeia onde havia ficado presa por dois anos e meio...cumpriu um terço da pena que era de 7 anos!... trabalhou dentro da prisão e por bom comportamento conseguiu sair antes nesses dois anos e meio... Ela havia sido presa porque numa destas viagens haviam mercadorias ilícitas no ônibus (seriam drogas?) e pegaram ela. Meu Deus. .. Eu pensei comigo e não pude deixar de perguntar a ela:... Olha ___ você já passou por isso; você está grávida; você hoje voltou para esta vida; continua viajando; você não tem medo de que algo lhe aconteça de novo e ainda mais agora você tem um bebê para nascer??? A Resposta foi tão rápida e direta: “Minha filha!.... você está pensando o que? Minha vida é essa! É isso que eu faço para viver!” ...eu me calei olhei-a nos olhos e senti o quanto era verdade e difícil tudo aquilo.
Eu havia prometido a mim mesma que mais um dia eu não ficava ali. Eu saia a pé se precisasse.
No dia seguinte juntaram-se mais e mais ônibus que iriam embora na área. A tia havia se irritado com o guia que não partiu no dia anterior e com o preço absurdo do frete e resolveu mudar novamente de ônibus, escolhendo um novo guia, um novo ônibus, uma pessoa que ela dizia conhecer e confiar mais. Eu que estava ali sem conhecer caras e bundas... aceitava o que ela dizia e não havia realmente como prever ou saber quem era quem.
O novo ônibus tinha um dono que se chamava Frank. Ele tinha um sócio gay que é quem cuidava do dinheiro e dava muitas ordens que se chamava Fabrício. Eu o achei simpático e energético. Simpatizei com ele, mas não achei o guia lá essas coisas...
O ônibus começou as pressas ser carregado. A tia havia contratado um homem para carregar as caixas dela que na hora “H” sumiu. Ele teve então que pagar para os próprios rapazes do ônibus carregarem suas caixas que foram na maioria colocadas na parte de baixo do ônibus, no bagageiro. Percebi que facilmente as pessoas “tiravam” dinheiro dela.
Lá em cima a mesma história da vinda. Ônibus sem bancos (quando eu digo sem bancos eu quero dizer: eles deixam um par de bancos e arrancam o próximo, deixam o próximo e tiram o outro, alternadamente) No lugar do banco retirado eles colocam mais caixas porque as caixas que vão dentro não podem aparecer na visão das janelas para que a polícia não veja. Somente alguns ônibus tem insulfilm nas janelas. No fundo do ônibus, após o terceiro banco TODOS os bancos são retirados então lá vão muitas caixas! Uma grande pilha.... e adivinhe sobraram apenas 12 lugares para sentar ... haviam então umas 23 pessoas... onde vão o restante das pessoas???? ENCIMA DAS CAIXAS!!!!
Isso não é um loucura? Eu achava estar na Índia! Houve um banco para que eu e a tia sentasse (mulheres tem preferência) ... mas como é que essas regras sociais podem prevalecer numa porra de loucura dessas? Colocaram uma grande caixa na frente de minhas pernas que quase estavam espremidas no pequeno espaço que sobrou. Na lateral da tia era a mesma coisa.
Minha mochila pequena com minha pequena “muamba” e coloquei embaixo de meu banco. A minha mala grande de rodinhas, foi a minha frente sobre as caixas. Daqui a pouco no aperto havia um homem deitado sobre ela porque ele não cabia em lugar algum. Um pé que vinha não sei de onde do outro lado ficava a um centímetro da minha cara. Quando alguém resolvia fazer uma manobra... por pouco eu não levava uma bundada ou uma cotovelada na cara. Eu achava o ônibus muito cheio e falava para a tia e ela ainda dizia... “Não está não.!... Costuma ir até mais cheio!” outros confirmavam o que ela dizia e eu tive que me calar.
(continua na parte 8)



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