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Viagem ao Paraguay - Parte 8
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Antes de partirmos foi necessário “esconder” o ônibus porque os federais haviam passado na região próxima. Como eles sabiam de todas estas informações? Em todos estes transportes clandestinos existe a profissão de “batedor”. Os batedores fazem um ronda em carros bons e particulares e percorrem circuitos conhecidos onde os ônibus e carros velhos que tem mercadoria contrabandeada necessitam passar. Eles informam através de celulares a todo instante a posição da polícia. Eu não sei quanto custava isso, mas pelos carros que eles dirigiam eu pude ver que os ganhos são altos.
Num piscar de olhos o guia chamou para o novo lugar onde o ônibus se encontrava e todas aquelas 23 pessoas incluindo eu entraram naquele ônibus de uma maneira que eu nunca via tanta rapidez e eficiência. Todos foram rápidos, ágeis para correr e se ajeitar sem confusão...
O ônibus estava na estrada eram cerca de 2hs da tarde. Novo aviso. Um federal ia na estrada atrás de nós. O ônibus para com urgência num posto de gasolina e todos descem correndo. O ônibus some em umas ruas laterais adentro e ficamos lá...uns tomando sorvete e outros roendo as unhas.
Nova chamada, todos dentro e mais alguns kilometros. Até a cidade de Cascavel seria esta tortura, pois é o trecho onde os federais estão. E lembre-se: ... você não compra os federais.
Saímos do trecho dos federais. Uma nova estrada que não faz um caminho reto para São Paulo. Começamos a passar por trechos onde o caminho era mais longo mais passava por menos postos policiais e estradas menores.
Mas havia um...., e o guarda (civil) nos parou, ainda estávamos no estado do Paraná.
O Guia desce e encontra o guarda fora do ônibus. O policial adentra o ônibus e vê a lastimosa cena de pessoas e caixas empilhadas e sai muito rápido pelas escadas dizendo: “Nossa , que chic!”
O policial e o guia vão lá para atrás do ônibus junto de outros policiais “negociar o acerto” de quanto será então a propina paga para que eles não levem o ônibus.
O tempo passa. Onde antes havia pessoas mudas dentro daquele ônibus uns e outros xingam muitos nomes feios referindo-se aos policiais, praguejando-os e achando um “insulto, ou indignados” por saberem que terão que pagar a propina. Isso a meu ver eu não entendo muito..., mas se ele faz e alimenta esse sistema... ,ele contrabandeia... ,ele paga...porque ele xinga? Ele é tão bandido quanto o policial...
Eu observo, a espera é grande... 40 minutos . O guia volta correndo com uma cara de horror. “Gente eles querem R$1000 reais para a gente sair daqui!”
Os muambeiros não tiravam nem davam o dinheiro. Ele passou a gritar... “Gente, vai todo mundo preso! Vocês vão perder tudo!”
O dinheiro saiu. Das mãos da tia eu vi sair R$50 sendo que ela já havia dado a ele R$350 de propina adiantada antes mesmo de a viagem começar.
O dinheiro foi cuspido nas mãos do policial e mais que rápido os cones que bloqueavam a estrada sumiram da frente e o caminho estava livre.
Mais horas de viagem e muita praguejação das pessoas a minha volta.
Eu tinha em mãos a maquina fotográfica. Eu pensava a todo instante que eu queria registrar aqueles momentos, pois eu intuía que eu não iria voltar mais ali naquela situação, mas gostaria de ter em mãos fotos que pudessem ilustrar a veracidade de tudo isto que estou contando. Eu me acovardei. Pensei que naquele meio ninguém gostaria que “uma estranha”, uma penetra como eu, documentasse as caras deles. Eu me segurei e não o fiz por pensar em minha própria segurança, pois na verdade eu teria então nas mãos, se a policia me parasse, as provas todas documentadas em fotos! Fiquei na minha.
No trajeto eu achava o motorista muito imprudente. Observava como ele fazia as ultrapassagens em lugares extremamente curtos na distancia sem segurança e falava a tia: “Tia, eu não estou gostando desse motorista... olha só as ultrapassagens que ele está fazendo, ele está fazendo loucura, não dá tempo”... e ela olhava e dizia... “Ts....ele sabe o que está fazendo, conhece a estrada, tem experiência”.
(continua na parte 9)



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