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Espaços como símbolos de identidade
(Torrico)

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a Identidade constrói-se a vários níveis1, mas é quando falamos de identidade colectiva que surgem espaços com um valor identitário evidente, na medida em que simbolizam para um grupo, um espaço de partilha e de construção de identidade comum. Nesse sentido, o património cultural edificado, pode ser analisado sob a prespectiva em que representam espaços de referência e
espaços de identidade.

Falar de património é falar de identidades. É  certamente por esta razão que, pelo menos no plano teórico, decidimos seleccionar como “património” (formal e informal/pessoal) alguns dos referentes que fazem parte do nosso contexto cultural. Mediante esta selecção significativa pretendemos mostrar e enaltecer uma imagem precisa do “nós” (património histórico), quer seja por se referir a manifestações deste “nós” (património etnológico).

Sempre que o património, e aqui em análise o património arquitectónico e paisagístico, aparece associado ao conceito de identidade (“marcadores identitários”) fazemo-lo a partir de construções
ideológicas que estão circunscritas num tempo com determinadas características históricas, sociais, culturais, entre outras. Assim, a sua consideração como bem patrimonial, será sempre resultado de uma construção social e historicamente determinada e passível de revisão. Desta forma se explica que nem em todos os lugares/espaços, mesmo num mesmo tempo cronológico, se considere como património os mesmos referentes: o que nuns lugares se patrimonializa ou atribui um valor especial, noutros lugares pode não acontecer, ou pode ser inclusivamente destruído. Todavia parece existir unanimidade na procura de justificações para a patrimonialização da variável
tempo, no seu sentido histórico. De facto, tanto nos princípios que regem o ordenamento jurídico-administrativo, como no imaginário colectivo, é quase impensável aplicar formalmente o conceito de bem cultural a uma obra do presente ou do passado imediato, ainda que reúna os requisitos de
monumentalidade, qualidade estética ou autoria prestigiosa; e muito menos aplicar-lhes os mesmos critérios que são seguidos com os outros bens, impedindo ou restringindo as intervenções que alterem a sua originalidade ou autenticidade. A ancestralidade assume para o património um valor qualitativo.
O valor simbólico dos bens pode também implicar a sua preservação e/ou destruição. Veja-se o caso: em Espanha, como em Portugal, durante o século XIX as tropas napoleónicas saquearam grande parte do património, como um símbolo de conquista e de não reconhecimento de uma identidade. Mais tarde, foram os próprios espanhóis (liberalistas) que numa atitude de ruptura com o passado acabaram por destruir muitos dos bens patrimoniais que poderiam indicar alguma relação com o passado. Os poderes políticos, económicos e históricos, utilizam o património como peças de um jogo de poder. A esse exemplo, veja-se a recente destruição dos “Budas” milenares do
Afeganistão.

A consolidação dos novos modelos de estado-nação surgidos da revolução burguesa dará um novo significado a determinados testemunhos do passado e à cultura em si mesma. Os novos modelos políticos nacionais justificam-se sem grande medida, pela inter-relação entre território,
povo e cultura. É necessário demonstrar que existe uma cultura específica (diferenciada e diferenciadora) que dá vida e explica as particularidades de um povo enraizado no território que sustenta a nação. E deste passado são extraídos os referentes que se crê que melhor demonstram, e que são assim, considerados como um bem patrimonial e expressão colectiva.

A primeira formulação do conceito de património no sentido actual não pode por isso ser desvinculada da imagem elitista e restrita daqueles tesouros histórico-artistico-monumentais que mostram uma imagem enaltecedora dos estados nação surgidos a partir do século XVIII. Estes tesouros, reflectem um conjunto de valores que se associam directamente a um povo, por
meio dos feitos a que estão ligados e à ancestralidade que cria um sentimento de pertença e de identidade muito fortes, com um valor simbólico claro, para todos quantos os partilham.

Uma das formas mais eficazes de controlar um determinado grupo cultural é retirando-lhe os elementos que constituem a sua identidade. Os ataques a templos religiosos, não se limitam a destruir estruturas físicas, são antes ataques a crenças e à fé. 



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