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Marraquexe - à sombra do Atlas.
(Humberto Lopes)

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Imorávidas, Almóadas, Merínidas, Saadianos  e Aluitas sucederam-se  no domínio da maior cidade marroquina  do sul. Marraquexe foi fundada por um gurreiro da primeira dessas dinastias, Youssef Ben Tachfine, que alargou a sua soberania até terras andaluzas, mantendo Fez como sede do poder. Foi Ali ben Youssef, o sucessor, que transformou Marraquexe em capital imperial privilegiada. O primeiro grande circuito de muralhas, a edificação de palácios e mesquitas, a par de um extraordinário desenvolvimento das artes decorativas, marcaram esse período. A dinastia seguinte, pela mão do seu terceiro sultão, Yacoub el Mansour, inaugurou a que seria a época de ouro de Marraquexe, o tempo que foi da o da edificação da Koutobia, a torre gémea da Giralde de Sevilha e um dos símbolos da actual Marraquexe.
    Depois de Merínidas, que reinaram um século, vieram os Saadianos e Marraquexe fez-se sede de um vasto império que se estendia desde a costa atlântica até Tombuctu. Ahmed al Mansour, um dos monarcas responsáveis pela derrota lusitana em alcácer Quibir, foi o obreiro principal da enpresa que deu a Marraquexe o controlo das rotas das caravanas africanas até ao Mali e ao império do Songai, com os seusa comércios de ouro, marfim e escravos. Os quase mil anos de Marraquexe sedimentaram todas essas heranças.



Uma praça feérica



Como em qualquer outra cidade marroquina, os souks e a medina são pontos irresitíveis para os passsos do viajante. Os mercados estão, como sempre, mergulhados em muitos quefazeres e a organização da medina espelha lógicas medievas de compartimentação profissional, transformando as deambulações pelo labirintoo da medina numa sucessão de surpresas. Mercadorias e trabalho repartem-se poir cantões especailizados: ora se revelam os odores dos souks das especiarias, ora somos surpreendidos pelo ribombar dos martelos dos ferreiros, no souk Haddadin, ora pela cantilena das serras dos carpinteiros. No souk Cherratin, o odor dos couros faz-nos hesitar em seguir em frente... Os preços, esses, são regareados sempre com um grau razoável de incerteza. escrevia canetti em "As vozes de Marraquexe". ... o preço dito de início é ponta de um enigma. Ninguém o sabe de antemão, incluindo o próprio comerciante pois que para caso há um preço diferente"...



Há, claro, o mais ou menos convencional roteiro monumental: o Palácio da Bahia, os Túmulos saadianos, o Palácio Dar Si said, que acolhe o Museu das artes Marroquinas (uma admirável colecção de tapetes e jóias do alto Atlas), a Madraça Ben Youssef (uma escola corânica quinhentista), as ruínas do palácio El Badi (famoso pelos mármores de Itália e materiais preciosos da India e construido com as indeminizações da guerra de Alcácer-Quibir), os jardins Majorele e de Menara, a cintura de muralhas de pedra rosada que a luz do crespúculo faz parecer acabadinha de sair de um desenho infantil.



       Dos quarteirões modernos, "ocidentalizados", de Guéliz ou Hivernage, pouco ou nada se dirá: provam o convívio de Marraquexe com temporalidades diversas. É na Praça Djemma-El-Fna que pulsa uma certa herança de Marraquexe, quiçá a mais singular e aquela que liga a cidade ao Atlas - e, sobretudo, nos tempos pré-modernos.



A  anim ação da mais famosa ágora marroquina ganha fôlego com o cair da noite, quando começa a fumarada dos grelhados dos restaurantes ao ar livre. A malta acomoda-se, noite adentro, em pequenos ajuntamentos à volta das atracções: contadores de histórias com ar de profetas, músicos berberes com os seus tambores e cornetas, dentistas e curandeiros mais as suas mezinhas, ervas e antídotos, encantadores de serpentes e as suas flautas e ofídeos, videntes e asatrólogos, acrobatas e comediantes, aguadeiros e uns quantos ratoneiros simpáticos.

Herança berbere: teoria e prática



Mais do que árabe, o coração de Marraquexe é berbere. a cidade foi, longamente, um lugar de encontro e de cruzamento privilegiado de gente do atlas, de nómadas do Sara, de antigos escravos que fizeram a travessia do grande deserto. Como muitas outras cidades, Marraquexe tem o seu quinhão de mestiçagem ou mestiçagens - culturais, arquitectónicas, etc. O periodo colonial françês deixou traços no urbanismo, em certas rotinas sociais, em muitos aspectos da cultura urbana e da arquitectura, que se mesclaram co referências árabes. Mas a cultura berbere, diz-se e escreve-se, permanece transversal a várias dimensões da identidade cultural de Marraquexe.






    



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