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Porque é que a música o faz sentir feliz
(Emily Sohn)

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Gosta-se de música pela mesma razão que se é atraído para o sexo, drogas, jogo e comida deliciosa, de acordo com uma nova pesquisa. O estudo publicado, revela que, quando se ouvem as melodias que nos agradam, o cérebro liberta dopamina, uma substância química relacionada tanto com a motivação, como com a dependência.

Este estudo, que foi o primeiro a relacionar a libertação de dopamina com o prazer da música, revela que, mesmo a antecipação dos sons de uma melodia como "As quatro Estações" de Vivaldi ou "You Enjoy Myself" de Phish, pode provocar a libertação do produto quimíco e, consequentemente, originar prazer.

Os resultados oferecem uma explicação biológica para a razão da música ter tido um papel de tanto relevo nos acontecimentos emocionais das várias culturas, espalhadas pelo mundo. Através da música, o estudo mostra como funciona o sistema do prazer.

"Começamos a seguir as melodias e a antecipar o que virá em seguida, se isso se vai confirmar ou surpreender, e, são todas estas nuances pouco cognitivas que nos vão dar tanto prazer", disse Valorie Salimpoor, neurocientista da Universidade McGill, em Montreal. "O reforço ou recompensa acontece quase que totalmente por causa da dopamina."

Num estudo anterior, Salimpoor e os seus colegas, relacionaram o prazer induzido pela música com um aumento de sensações de emoção intensa, incluindo mudanças na frequência cardíaca, pulso, frequência respiratória e outras medidas. Além destas mudanças físicas, as pessoas também relatam frequentemente, sensações de arrepios ou calafrios. Quando isso acontece durante uma experiência de escuta, o grupo Salimpoor e outros têm encontrado evidências de que o sangue flui para as regiões do cérebro envolvidas na libertação de dopamina.

Para provar a relação da dopamina, os pesquisadores recrutaram 8 amantes da música que trouxeram para o laboratório, amostras de músicas que lhes davam especial prazer. A maioria era música clássica, com algum jazz, rock e música popular misturada, incluindo Led Zeppelin e Dave Matthews Band. A seleção mais popular era o Adagio para Cordas, de Barber.

Após 15 minutos de escuta, os cientistas injectaram os participantes com uma substância radioactiva que se liga a receptores de dopamina. Com um aparelho chamado scanner PET, os cientistas foram capazes de ver se essa substância se limitava a circular pelo sangue dos ouvintes, o que indicaria que eles já tinham produzido uma grande quantidade de dopamina, e que a dopamina estava a ocupar todos os receptores disponíveis.

Por outro lado, se a maioria dos receptores de dopamina estivesse livre, a substância radioactiva ter-se-ia ligado a eles.

A técnica mostrou, definitivamente, pela primeira vez, que os cérebros dessas pessoas libertaram grandes quantidades de dopamina quando ouviram a música que lhes deu calafrios, relataram os pesquisadores na revista Nature Neuroscience.
Quando as mesmas pessoas ouviram música menos emotiva, no dia seguinte, os seus receptores de dopamina permaneceram abertos.

Com a certeza que a dopamina está por trás do prazer da música, os pesquisadores colocaram os participantes numa máquina de ressonância magnética e passaram a música que mais os excitava, mais uma vez. Nesta parte da experiência, os scanners mostraram que o cérebro bombou dopamina tanto durante a fase de antecipação musical como no momento em que se dá o arrepio. Os dois surtos ocorreram em áreas diferentes do cérebro.

"É surpreendente que possamos libertar dopamina em antecipação a algo abstrato, complexo e concreto", disse Salimpoor. "Este é o primeiro estudo a mostrar que a dopamina pode ser libertada em resposta a um estímulo estético."

Os resultados sugerem que, como o sexo e as drogas, a música pode ser ligeiramente viciante, disse David Huron, um pesquisador da cognição musical na Ohio State University, Columbus.

A dopamina é uma molécula adaptativa indutora de recompensa, que faz com que os animais procurem comida antes de sentirem fome. É o que faz com que seja impossível a determinadas pessoas, passar pela pastelaria sem comprar um bolo. E é ela que provoca o estímulo, nos viciados em heroína, quando o sangue entra na agulha - antes mesmo que a droga tenho entrado nas suas veias.

Com uma combinação inovadora de técnicas, disse Huron, o estudo também oferece uma nova maneira de estudar a relação entre a dopamina e os sentimentos de recompensa, motivação e prazer. Os scanners cerebrais são notoriamente caros para os cientistas e claustrofóbicos para os participantes, sem lugar para as pessoas fazerem coisas como comer neles.

A música, por outro lado, pode ser passada directamente para a máquina, e os cientistas podem então olhar para as respostas de prazer numa base de nota-por-nota.

"A música vai ser uma ferramenta útil na tentativa de explicar todos os tipos de aspectos do prazer, vícios e comportamentos desajustados", disse Huron. "É um tour de force técnico que eles fizeram. Eu só acho que é um trabalho realmente espantoso."

tradução do artigo "Why music makes you happy" em news.discovery.com



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