Éramos Seis
(Maria José Dupré)
Éramos Seis
Se esse romance pudesse ser definido com uma só palavra, com certeza essa palavra seria emoção. Este livro, que é um clássico desde os anos 40 e de lá pra cá vem encantando gerações, nada mais é do que um retrato: uma descrição da família brasileira nos anos 20 e 30, vivendo sob a sombra da Segunda Guerra Mundial.
Mesmo usando uma linguagem simples e leve, a autora deixa transparecer toda a dureza e os problemas enfrentados pelos personagens, que aliás, não são poucos. Através do olhar da mãe, Dona Lola, a obra mostra a vida de um chefe de família autoritário e muitas vezes abusivo, mas que ama os seus acima de tudo; uma mãe amorosa, dedicada e batalhadora, que doa o tempo e a vida aos filhos, à casa, ao marido; os três filhos homens do casal, cada um com uma personalidade e um caráter diferente, e histórias que tomam rumos totalmente distintos na trama; a filhinha mimada e birrenta; a empregada pau pra toda obra; as irmãs, os vizinhos, as clientes...
Os personagens são inúmeros, cada um com sua devida importância no enredo, que começa com as lembranças da já idosa mãe, Dona Lola. Contada atravéz dessas lembranças, a narração se desdobra em muitos momentos históricos no país, como a Revolução Paulista e a Segunda Guerra Mundial. Porém, mais importantes que estes momentos, são os momentos retratados onde Dona Lola vê a vida mudar, vê a vida passar e, dolorosamente, vê irem embora um a um aqueles à quem ama. Daí a alusão ao título do livro.
É impossível não se emocionar, não sentir da própria pele cada um dos sentimentos expressos por aquelas palavras: alegrias, tristezas, dores, ódio, angústia. Com a toda certeza, são páginas recheadas para quem aprecia uma leitura agradável e prazerosa!
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