O Exorcismo - Como é feito?
(Julia Layton)
Em 1999, o Vaticano emitiu um ritual de exorcismo revisado para ser usado pelos padres católicos. As diretrizes para conduzir um exorcismo compreendem uma única seção no Ritual Romano (Rituale Romanum), um dos livros que descrevem os ritos oficiais da Igreja Católica. Até então, o ritual oficial de exorcismo que era seguido tinha sido emitido em 1614.
Para realizar o ritual, o exorcista deve vestir sua sobrepeliz e a estola roxa. O ritual é constituído principalmente de uma série de orações, declarações e apelos. Tais orações são encontradas na "fórmula da súplica", na qual o padre pede a Deus para livrar o paciente do demônio:
- Deus, cuja natureza é sempre de misericórdia e perdão, aceite nossa oração para que este Vosso criado, amarrado pelos grilhões do pecado, possa ser perdoado por Vossa amorosa benevolência.
Depois segue-se a "fórmula imperativa", na qual o padre exige, em nome de Deus, que o demônio deixe o corpo do paciente:
- Saia, ímpio, saia, amaldiçoado, saia com todos os seus enganos, por Deus que quis que o homem fosse ser Seu templo.
Além das fórmulas citadas o padre borrifa água benta em todos na sala, coloca suas mãos no paciente, faz o sinal da cruz tanto em si como no paciente e toca o possuido com uma relíquia católica (geralmente um objeto associado a um santo).
Malachi Martin, um ex-padre jesuíta e autoproclamado exorcista, oferece informação extra sobre o assunto, mas tal informação não é endossada pela Igreja. Figura controversa no mundo católico, Martin revela no livro "Refém do Demônio" o que considera serem os estágios típicos de um exorcismo:
1. Presunção - o demônio esconde sua verdadeira identidade
2. Ponto fraco - o demônio se revela
3. Conflito - o exorcista e o demônio lutam pela alma do possuído
4. Expulsão - o exorcista ganha a batalha e o demônio deixa o corpo do possuído
"Refém do Demônio" causou polêmica na Igreja Católica. O livro detalha exorcismos reais que Martin afirma ter realizado, auxiliado ou testemunhado. Os rituais descritos por Martin estão no nível de "O Exorcista" em termos de ação e violência. Foi muito criticado pelos católicos, que acham que Martin fez sensacionalismo e, portanto, subestimou o poder do demônio. Mas se as cenas intensas de Martin não parecem verdadeiras para a Igreja e seus seguidores, como seria um exorcismo real? Fica a dúvida.
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