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Bravura Indômita - Critica
(Marcelo Hessel)

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Direção: Joel e Ethan Coen
Roteiro: Joel e Ethan Coen, baseado no romance de Charles Portis
Elenco: Hailee Steinfeld, Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper
Bravura Indômita (True Grit, 2010), de Joel e Ethan Coen, altera o miolo do livro mas é fiel ao espírito cômico do  romance de Charles Portis. O remake do filme de 1969 não deixa de ser uma novidade no currículo dos irmãos, que sempre trabalharam com personagens à deriva, pegos de surpresa pelo acaso, e agora têm nas mãos tipos que se dirigem conscientemente aos seus destinos.
A começar por Mattie Ross (Hailee Steinfeld), garota de 14 anos decidida a vingar a morte do pai. Para perseguir o responsável, ela contrata um federal, Reuben "Rooster" Cogburn (Jeff Bridges). Na primeira aparição do federal, Mattie foi procurá-lo e ele estava defecando na casinha.
A ideia não é ridicularizar o federal, mas eliminar a aura que o protege, como se Rooster tivesse que começar do zero. O teste começa de fato a partir da travessia do rio - cena que os Coen adiantam em 15 minutos, em relação ao filme de 1969.
Mostrar Rooster no seu habitat dedicando mais tempo à relação dele com a menina na mata é essencial para o novo Bravura Indômita. Além de acelerar a trama até este ponto, os Coen fazem uma mudança na rota em relação ao original - afastam temporariamente o terceiro protagonista, o ranger texano LaBoeuf (Matt Damon) - para fortalecer os laços do velho com Mattie. É aí que entram os momentos de nonsense dos irmãos, como a cena do urso montado. Bravura Indômita é um filme sem cinismo, embora tenha, como um legítimo Coen, a marca do absurdo.
O que faz do novo Bravura Indômita um faroeste condizente com a sua época? O tratamento que os irmãos dão a Mattie. Ela não é só uma aspirante a pastora com passagens da Bíblia na ponta da língua, nem apenas uma muquirana com vocação para negociar gado. O remake enxerga em Mattie o desabrochar de uma mulher. Dois homens disputam a atenção dela, afinal, e o roteiro dos Coen, nestes tempos pós-feminismo, não elimina a tensão sexual dessa equação (as palmadas de LaBeouf já estavam no original, mas o diálogo à noite, em que Mattie e o ranger trocam confidências, é inédito).
Como Rooster - mesmo bêbado e caolho - não deixa de ser o herói da história, não é difícil adivinhar quem Mattie "escolhe" no final. Primeiro, os Coen enquadram Jeff Bridges à moda antiga, só com sua silhueta contra a luz na saída da mina e na boca do poço de cascavéis. O rosto de Hailee Steinfeld iluminado no escuro com o lampejo dos disparos da arma de Rooster é um dos planos mais bonitos do filme.
Por mais torto que seja, Rooster não deixa de ser um ícone - e é disso que os faroestes revisionistas tratam.



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