Resumo de Entre Avatar e Nosso Lar

Os filmes em epígrafe,embora com suas óbvias diferenças, têm algo em comum. Esses filmes mostram de alguma forma, que o nosso espírito, alma ou mente, como queiram chamar, separa-se do corpo físico.
Na ficção Nosso Lar, com base no espiritismo, a separação ocorre após a morte e o espírito desencarnado leva consigo as memórias e tudo o que constitui nossa consciência. Já no filme Avatar, que ostenta uma tecnologia extremamente sofisticada, a consciência do protagonista se transfere à replica de um habitante do planeta Pandora, assumindo total controle do novo corpo.
Ambos os filmes mostram essa dualidade corpo e mente ou espírito, que tem nos intrigado o longo dos tempos. Na verdade, admitimos com naturalidade, a existência de um corpo físico separado de uma mente não física, cuja concepção foi reforçada por filósofos como Descartes e, para cuja vertente, se baseiam quase todas as religiões do mundo.
Embora ainda não tenha sido produzida nenhuma evidência científica para justificar tal fato, alguns cientistas têm analisado algumas possíveis manifestações dessa eventual separação mente/corpo.
Recentemente, um grupo liderado pelo pesquisador Olaf Blanke, utilizando técnicas de realidade virtual conseguiu que voluntários projetassem sua consciência em avatares localizados em ambientes virtuais. Os participantes relataram que o que acontecia aos avatares nesses espaços artificiais estava acontecendo com eles próprios.
Quem já jogou Second Life sabe que criar um personagem virtual (avatar) e fazê-lo conviver nos ambientes de jogo é uma coisa. Outra bem diferente é o próprio jogador se transportar para dentro do jogo, deixando seu corpo sentadona cadeira, esperando a volta do nosso “eu”. Para o professor Blanke, em dez anos será comum linkarmos a computadores, peças robóticas e avatares e vaguearmos por universos virtuais. Esse experimento é, indubitavelmente, fantástico, mesmo porque, se formos mesmo capazes de projetar nosso “eu” sobre um braço artificial e movimentá-lo, isso representaria uma verdadeira revolução a todos aqueles que perderam algum membro. É fascinante também a idéia da possibilidade de um paciente tetraplégico assumir um corpo virtual.
A idéia de que nosso corpo é a máquina através da qual nosso cérebro age para interferir no mundo físico, parece estar sendo superada.
Quem desejar fazer um passeio virtual pelo laboratório do professor Olaf Blanke e assistir os vídeos dos experimentos, o endereço é http://inco.epfl.ch/.

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