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Conto Amazônico: aprendizagem e formação discente
(CVHA)

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O uso dos contos Amazônicos no processo de ensino-aprendizagem discente, pretende ressaltar a importância da cultura popular e a essência do imaginário amazônico, configurando ambos como uma riqueza imprescindível no processo de ensino/aprendizagem. Vale ressaltar que é nesse campo fértil que o imaginário popular atua, revelando sentimentos que desabrocham não apenas em contos, mas também em lendas, crendices, que retratam a nossa cultura.
Tradicionalmente o conto é um gênero literário que se assemelha a outras formas de literatura em prosa. Segundo Massaud Moisés, alguns críticos, apressadamente, caracterizam o conto simplesmente a partir do número de páginas.

[Alguns críticos] preconizam que conto é sinônimo de narrativa
curta, e vice-versa, toda narrativa curta se classifica como conto.
Chegam ao requinte de firmar uma distinção numérica entre o que
chamam de ‘conto-curto’ (‘short-short history’) e ‘conto longo’
(long-short story’): aquele teria cerca de 500 palavras, o segundo,
entre 500 e 15.000 a 20.000 palavras. (MOISÉS, 1994, p. 23)

Sob este enfoque, considera-se que os contos amazônicos, assim como as lendas, são narrativas que enfeitam e caracterizam determinado lugar. Não se sabe ao certo como nasceram e como foram sendo criados os contos e lendas amazônicas. Elas acompanham fatos e acontecimentos comuns, sendo ilustrada por cenários exóticos e de curta extensão. Muitas vezes são fatos verídicos acrescentados de novos dados ou até mesmo recriados. Podendo ser muito confundido com os mitos.
Segundo o autor:
Como ‘forma simples’, o conto entranharia no folclore,
aproximando-se da fábula e do apólogo, ou no universo das
‘histórias de proveito e exemplo’, do mundo de fadas, da
carochinha, e continuaria a ser cultivado mesmo depois do século
XVI, pela mão de La Fontaine. E como ‘forma artística’, o conto
seria o literário propriamente dito, por apresentar autor próprio,
desligado da tradição folclórica ou mítica para colher na atualidade
os temas e as formas de narrar. (MOISÉS,1994, p. 33)

No que diz respeito ao imaginário popular, presente neste contexto, é possível afirmar que este nada mais é que uma memória coletiva que permite ao ser humano, enquanto um ser social, elaborar os seus próprios pensamentos a respeito de si mesmo e da realidade que o cerca. Ele consiste em uma herança cultural de uma certa comunidade sendo composto por imagens e outros signos, por valores e pelas suas relações entre si às quais possibilitam a união das idéias sobre o real. Neste sentido, ele pode ser visto, portanto, como uma memória coletiva mais ampla que contém a própria ideologia enquanto um conjunto de crenças, valores e normas sobre uma dada realidade. O imaginário popular, sendo uma criação coletiva, uma representação social que possibilita a comunicação entre os homens, apresenta-se povoado por visões de mundo, por mitos e por valores.

Segundo o autor:
O imaginário é a ferramenta básica de que dispõe o homem para construir-se enquanto um ser social, para adentrar na intersubjetividade, escapando, portanto, do autismo ou da esquizofrenia. Entretanto, o imaginário não é uma mera cópia do real nem um simples repositório estático de imagens do mundo; é, sobretudo, uma rede dinâmica, uma memória coletiva em constante mutação (BACHELARD, 1984).

Esse dinamismo da mente confere ao homem uma de suas capacidades distintivas dos outros animais, a sua capacidade de fazer a história. O imaginário popular, enquanto uma rede dinâmica, ao mesmo tempo em que abre possibilidades de enquadramento do real contém, a cada instante, os seus próprios limites, os seus horizontes de possibilidades de representação da realidade.

Tomando por base este contexto, vale ressaltar que o homem é o único ser capaz de interagir na sociedade, provocando e absorvendo mudanças, produzindo e recriando culturas, num processo histórico cumulativo que acompanha as civilizações desde os primórdios até a atualidade.

Segundo Bosi (1983), a dimensão da cultura é variável, evoluindo dentro das especificidades de cada grupo social, constituindo um processo dinâmico e heterogêneo. Vale observar, no entanto, que o fato do homem observar o mundo a partir de sua cultura, apresenta conseqüentemente, propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal visão etnocêntrica é um fenômeno universal que leva o homem a conceber a sociedade em que vive como a mais importante ou mesmo como a única expressão de conduta social.

Assim, não se pode falar em cultura sem falar em educação, uma vez que os processos educacionais estão intimamente atrelados às diversas culturas encontradas dentro de uma dada sociedade, como veículo transmissor e reforçador. Portanto, cada cultura produz um tipo específico de aprendizado, uma forma peculiar de educação.

Portanto, a oralidade proveniente do conto é primordial para que se possa estar em contato com a realidade, tanto cultural quanto social de um indivíduo, haja vista que, através desta, toma-se conhecimento de todo um aparato de crendices advindos desses pretextos culturais que vão repercutindo na maneira de viver dos mesmos inserindo esses símbolos como parte de sua realidade, e do seu dia-a-dia.

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