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Na caverna de Platão
(Susan Sontag)

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A fotografia é vista por muitas pessoas como um retrato fiel da realidade. Um recorte do espaço e do tempo em que um evento ocorreu. Funciona como uma prova: a prova de um crime, a prova de que uma pessoa esteve em determinado local, a prova de que algo aconteceu. Porém, conforme defende a autora, a fotografia, apesar de mostrar a realidade, é uma interpretação do mundo assim como a pintura. Ela mostra parte do que aconteceu, um olhar, um ângulo do evento. Ela não interpreta, mas é uma interpretação. O que acontece, no entanto, é que a maioria das pessoas não entende que por trás de uma foto, assim como um texto, existe essa interpretação. Na verdade estamos viciados a considerar a fotografia como um recorte do mundo.
Com a industrialização da fotografia, muita gente passou a fotografar, o que se tornou um passatempo, um rito social, segundo Susan Sontag. As comemorações e as viagens são os principais e mais consideráveis exemplos. Hoje em dia é quase impossível irmos a um evento em que ninguém esteja com uma câmera. Mais incomum ainda seria se alguém viajasse e não levasse uma câmera fotográfica. Sem as fotos, seria como se a pessoa não tivesse estado lá, ou seja, o registro fotográfico funciona como uma prova.
De acordo com a autora, a câmera fotográfica é vendida como uma arma, pronta para disparar, e o ato de fotografar seria uma forma de possuir as pessoas, de violá-las. Um exagero, quando pensado dessa forma. A câmera com opções automáticas não deve ser pensada como uma arma, pronta para disparar, mas sim como uma forma de a fotografia ser acessível a todos. Infelizmente não são todas as pessoas que sabem manusear uma câmera fotográfica com opções manuais e as câmeras automáticas, de certa forma, tornaram a fotografia acessível para os amadores também. Claro que, por outro lado, pode-se pensar em uma banalização da fotografia, visto que hoje o uso da câmera fotográfica é viciante, como fala Sontag. Porém, considerá-la uma arma parece um exagero. Da mesma forma que dizer que o ato fotográfico é um ato predatório e uma forma de possuir e violar as pessoas.
As fotos são mais memoráveis que vídeos, pois são registros de uma parte do tempo. No vídeo, na medida em que as cenas passam, elas vão cancelando as anteriores. Já a foto é um momento privilegiado e único, que as pessoas podem olhar quantas vezes quiserem.
Quando incitam o desejo, as fotos são mais diretas e utilitárias, mas quando são usadas para estimular a consciência moral possuem uma função mais complexa. Segundo a autora, a fotografia não pode criar uma posição moral, mas pode reforçá-la. Para defender isso, Sontag cita alguns exemplos de fotógrafos de guerra. Segundo ela, se a sociedade tem uma posição clara (a favor da guerra, por exemplo), as fotos terão pouca ou nenhuma influência sobre sua ideologia. Ela também afirma que o sentimento causado pela foto de uma atrocidade dependerá da familiaridade que a pessoa tem com a imagem. Outra questão que ela aborda é a repetição. De acordo com Sontag, as imagens chocam na proporção em que mostram algo novo, ou seja, ela acredita que quanto mais são mostradas fotos de guerra, menos as pessoas se chocam. É como se o horrível se tornasse aceitável, inevitável. Essas fotos despertam ao mesmo tempo em que amortecem. Nesses pontos todos confesso que fiquei em dúvida. Pensei em mim, quando olho fotos de atrocidades ou de guerras. Mesmo se eu fosse a favor da guerra, mesmo que as fotos não me fossem familiares e mesmo que eu as visse um milhão de vezes, acho que ainda me chocariam. Talvez eu sentisse aquele sentimento que a autora cita em seu livro, de impotência, de não poder fazer nada para mudar a situação, mas ainda assim ficaria chocada.
Fotos são apreciadas porque dão informações. Apesar de não explicarem nada, são um convite à dedução, à especulação e à fantasia, de acordo com Sontag. Para a autora, tudo não passa de aparência. O conhecimento que obtemos é uma aparência de conhecimento, assim como a própria fotografia é uma aparência de apropriação.
Para finalizar, estamos mesmo viciados e temos a necessidade de confirmar a realidade e realçar a experiência através de fotos. Somos dependentes de imagens e como Susan Sontag diria: hoje, tudo existe para terminar numa foto.



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