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O Beijo no Asfalto
(Nelson Rodrigues)

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Peça de Nelson Rodrigues escrita em 21 dias a pedido de Fernanda Montenegro e montada pela primeira vez em 1961 pela companhia Teatro dos Sete.
Na trama, um homem é atropelado na praça da Bandeira e pouco antes de morrer pede um beijo a Arandir, rapaz jovem  e de coração puro que o acode. Amado Ribeiro, repórter do jornal "Última Hora", presencia o beijo na boca entre os dois homens e, juntamente com o delegado corrupto Cunha, transforma a história deste ultimo desejo em manchete principal. O sensacionalismo do jornal muda completamente a história, mostrando Arandir como um criminoso que empurrou o amante e depois o beijou. A vida do jovem se transforma num inferno.
Contando uma história aparentemente simples, O Beijo no Asfalto discute questões fundamentais à condição humana. Nelson Rodrigues aproveitou o beijo espontâneo dado por Arandir, no atropelado, para fazer um libelo contra a falsidade, o juízo baseado na aparência e as convicções erradas de parte da sociedade.
A peça é uma obra aberta a vários significados. Uma interpretação pertinente é sobre a dúvida. O beijo de Arandir no atropelado é a substância dessa dúvida. É este ato espontâneo de caridade que vai desencadear o lado tenebroso da alma de cada uma das personagens. Todos se infeccionam, inclusive o próprio Arandir, que passa a duvidar de si mesmo.
A fragilidade humana também é mostrada. Não foi necessário muito esforço para que se mudasse completamente a imagem pública de Arandir: de marido devotado, passou num passe de mágica, a homossexual enrustido. Para se conseguir a deterioração pública do jovem marido de Selminha, arma-se uma verdadeira conspiração onde todas as pessoas, desde as mais próximas até as mais distantes, mobilizam-se. Nelson Rodrigues pintou um quadro onde apenas algumas pessoas conseguem destruir a vida inteira de um homem inocente.
A pior de todas as personagens é o repórter corrupto Amado Ribeiro. Cruel, maligno, inescrupuloso e sensacionalista, ele compensa seu vazio interior com abuso de poder. Compra provas, inventa testemunhas, se aproveita de situações e ingenuidades, planta informações, enfim, é uma escola sobre como o Jornalismo não deve ser exercido. 
A peça tem um clima de pesadelo. Todas as pessoas que convivem com Arandir voltam-se contra ele depois da publicação da foto do beijo no jornal. Werneck, colega de escritório, lidera o coro dos detratores e começa a constranger Arandir no dia seguinte à manchete. Dona Judith, a datilógrafa, acha que um dia um homem parecido com o atropelado foi até o jornal e transforma sua dúvida em certeza absoluta. A posição da viúva é ainda pior: com medo de ver publicado no jornal o fato de ter um amante, testemunha contra Arandir, chegando até mesmo a forjar um banho dele junto com seu ex-marido.
No meio da confusão, a única que poderia lutar contra os fatos e acreditar em Arandir é sua mulher, Selminha. Ela ama Arandir e sempre confiou  nele. Porém demonstra imensa fraqueza e já na primeira notícia  acaba duvidando da masculinidade do marido. Recusa beijos e, quando inevitável, limpa a boca com as costas da mão. Não aceita visitar o marido no hotel e defende a hipótese de que ele é "gilete" (bissexual). Sua irmã, Dália, tem adoração por Arandir. Morando na mesma casa que o casal, a menina aproveita que Selminha abandonou o marido no hotel e se sente livre para confessar seu amor. Oferece-se a Arandir e diz que aceitaria morrer com ele. Ao contrário de Selminha, Dália coloca-se do lado de Arandir e não acredita nas acusações de ninguém.
Aprígio é o sogro. Homossexual enrustido,  fez a filha acreditar nas notícias do jornal para poder ficar para sempre com o genro. Quando percebe que a paixão sentida por Dália é ainda maior que a de Selminha, mente para a caçula que o atropelado já estava morto quando foi beijado. Ou seja, Arandir não beijou para satisfazer o último desejo de um agonizante e sim para satisfazer seu próprio desejo. Aprígio garante ainda que os dois eram amantes. Para completar, atira em Arandir, matando o objeto de seu amor, por causa da impossibilidade de assumir seu sentimento.
 



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