O Brasil e apena de morte
(Julian Padilha Villar)
ESSE É O MEU PAÍS! Era uma vez um povo que vivia alienado num lindo país tropical, esse povo desde sempre não ligou para o que se passava a sua volta e via na política uma sujeira tremenda, mas por serem alienados como já disse, deixaram-na de lado, eles acharam que não valia apena mexer com isso, era caso perdido. Nesse país tropical muitas pessoas passaram a pensar, viram que o seu país poderia e deveria ser melhor, foi ai que começaram a se unir, exigindo, clamando por mudanças, só que isso era proibido, sim, nesse país era proibido pensar, coitados, calaram a boca daqueles que pensavam para sempre. O povo desse país já foi forte e corajoso, mas com o tempo ficou fraco e perdeu sua coragem, apesar de alguns hoje terem encontrado uma parte dela, ainda é pouco, não é o bastante, por isso eles obedecem a lei, em especial uma, na qual consta um direito que toda população cumpre, cumprem-na com gosto, é o direito de ficar calado. Tão belo era esse país que o apelidaram de “País do Futuro”, que pena, se enganaram, o país do futuro coitado, parou no tempo. E o povo? Ficou cego, e o pior é que eles querem ficar cegos, preferem não enxergar o óbvio, não desejam ser incomodados. Eu vivo nesse país sabia? Ele não é tão ruim quanto parece, é pior, mas me fizeram acreditar que ele está crescendo, o povo está criando juízo, me fizeram acreditar que esse país é democrático, sério, queriam que eu acreditasse nisso. O meu país é bem rico, tudo tem em abundância, tem tanto corrupto que poderíamos exportar, será que alguém quer? Aqui também é grande, tudo fica maior, como o valor de algumas obras do governo. Já te disse que em meu país não tem ladrão? Pois é, ladrão é coisa de pobre, meu país é rico, só tem corrupto. Nesse lindo país as pessoas são livres para fazer e comprar o que quiserem, mas devem sempre estar na moda, nossa liberdade é relativa, ou seja, só nos fazem acreditar que somos livres, quando na verdade vivemos na pior das ditaduras, a chamada globalização. Esse é o meu país: desordem e retrocesso, subjulgado e subinfeliz.
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