Resumo de A Tragédia em Roma

240 a.C. – data da primeira tragédia em Roma representada por Lívio Andrónico e escrita por ele (transposta de um modelo grego).Lívio Andrónico: publicou Odissia (adaptação de Odisseia); traduzia e adaptava para o estilo romano obras gregas; criou uma língua poética em Roma; tratou preferencialmente o ciclo de Tróia: O Cavalo de Tróia ou Equos Troianus (significado político que frequentemente os Romanos procuram nas suas peças), Hermíone (inspirada «talvez» na Andrómaca de Eurípides), Aquiles, Ájax de chicote (inspirada em Ájax de Sófocles), Egisto (onde a traição dos heróis gregos se opõe à lealdade dos Romanos). Conhecem-se ainda outras duas tragédias: Andrómeda e Dánae.Névio: tratou também o ciclo troiano - Dánae, Cavalo de Tróia(temas semelhantes aos tratados por Lívio; tiveram uma encenação «pitoresca»); A Partida de Heitor ou Hector proficiscens (drama do heroismo numa altura em que jovens partiam para campanhas militares e não regressavam); Hesíone, Ifigénia. Licurgo (encenação pitoresca, parte musical bárbara para exprimir o delírio dos cultos a Dioniso).Énio (249 – 169 a.C.): escreveu os primeiros textos hexâmetros em latim; patriotismo nos seus temas; publicou Aquiles; Alcméon (ciclo tebano); ciclo troiano – Ájax, Alexandre, Andrómaca prisioneira ou Andromacha Aechmalotis, Andrómaca (vestígios do gosto Romano pelo esplendor do Oriente), O Resgate de Heitor (Hextoris lutra), Hécuba, Ifigénia, Télamon, Tiestes. Medeia é a sua tragédia mais célebre.Pacúvio (220 a.C.) – procurou renovar os temas(não se inspirou nas tragédias gregas): Dulorestes (Orestes escravo), Iliona, Périboea, Medua, Crises; gostava de efeitos cénicos (aparições de fantasmas, dragões voadores) e descrevia com exactidão os pormenores; grande mestria na emoção.Ácio (170 – c. I a.C.): discursos elaborados nas suas peças; ciclo de Aquiles (Aquiles, Os Mirmidões, O combate diante das naus), tragédia inspirada pela Dolónia (episódio da Ilíada) e pelo Reso de Eurípides; ciclo troiano (Filoctetes, Neoptólemo, Julgamento das armas, Télefo); ciclo das Átridas (Atreu, Os Pelópidas, Clitemnestra, Egisto, Crisipo).Tragédias pretextas (personagens são Romanos célebres):- Névio: Clastidium (vitória sobre os Gauleses), Rómulo, ou a loba (lenda do fundador da cidade)- Énio: Ambrácia (vitória romana) - Pacúvio: Paulo Emílio (vitória sobre o rei Perseu da Macedónia)- Ácio: Enéadas, Décio, BrutoA tragédia romana arcaica manteve os coros e a disposição material do teatro (palco comprido, misturando actores e coreutas) que evoluirá, no reinado de Cláudio (41-42 d.C.) com a adaptação da encenação aos jogos do anfiteatro (arena, combates reais, incêndios, assassínios). – estas formas já nada têm a ver com o teatro pois este parte para outras formas.Ausência de produção de tragédias latinas notáveis desde Cícero ao reinado de Augusto, retomando-se o repertório antigo. O mimo ganha importância e torna-se uma imitação de costumes humanos, em vez de se basear no aspecto cómico (há ainda o mimo que se serve de lendas da mitologia grega e que dá lugar a grandes encenações).Horácio – preocupação estética do teatro e pelo seu futuro em Roma. Para ele o teatro é um poema que «imita a realidade». Insiste em certas regras: peça deve ter cinco actos; acto definido como «intervalo entre dois cantos do coro» (dois embolima ou intermédios); simplificação do espectáculo, não há mais de três actores, grande moderação nas intervenções divinas, música como suporte da voz dos actores e não intervém só por si. Essência da peça de teatro reside no texto (não se enquadrava com o gosto daquele tempo e foi ignorado na Antiguidade, tendo influência a partir do Renascimento). Valorização da lição de moral da peça, verossimilhança do espectáculo e moderação da encenação.Séneca (c. I a.C.) – altera pormenores da intriga: Medeia, Tiestes; longas tiradas em estilo declamatório; tragédia rica em cantos líricos. O seu teatro propõe situações extremas em que a alma humana, sujeita à tortura, revela a sua própria verdade.

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