O Milagre das Rosas
(Lendas Portuguesas)
A rainha Isabel de Aragão esposa de D.Dinis, era uma soberana que se preocupava com os pobres e necessitados do reino. Sua bondade tornou-se lendária e seus atos de caridade espalhavam-se pelo país.
Um nobre, preocupado com as despesas da rainha em suas obras de caridade e suas doações para igrejas, informou ao rei desta má gestão do dinheiro da coroa.
Isso fez com que o rei proibisse a rainha de voltar a fazer tais despesas, além de ordenar que ela não mais se ocupasse da miséria do povo. Ela passou a tomar mais cuidado, mas não deixou de fazer o que seu coração pedia.
O rei foi então avisado por uma alma cuidadosa que suas ordens não foram respeitadas e resolveu surpreender a rainha.
Numa manhã em que D. Isabel se dirigia às obras de Santa Clara, onde fazia distribuição habitual de esmolas, a seguiu e reparou que ela procurava disfarçar o que levava no regaço. Interpelada por D. Dinis, ali mesmo, a rainha informou que ia ornamentar os altares do mosteiro.
O rei insistiu que tinha sido informado que ela tinha desobedecido às suas ordens, levando dinheiro aos pobres.
Confiante, D. Isabel respondeu:
- Engana-se Real Senhor. O que levo no meu regaço são rosas...
O rei irritado acusou-a de mentir:
- Como poderia a senhora ter rosas em Janeiro?
Obrigou-a, então, a revelar o conteúdo do regaço.
A rainha mostrou perante os olhos espantados de todos um belíssimo ramo de rosas que guardava sob o manto.
O rei emudeceu, convencido que estava perante um fenômeno sobrenatural e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu na sua intenção de levar as esmolas.
A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo proclamou como santa a rainha Isabel de Portugal.
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