Resumo de A dinâmica tópica do investimento (Psicanálise) -

O sistema inconsciente, na busca de equilíbrio (homesostase), está submetido no seu funcionamento, ao princípio da descarga das quantidades de excitaçãoque lhe foram investidas, tanto pelo ego como pelo id. Já, o sistema pré- consciente procura inibir a descarga imediata das excitações que estão aí investidas pelas defesas e censuras, enviando para o consciente apenas as quantidades de energia necessárias às atividades do pensamento do ego, energia necessária à exploração e à vivência com o mundo exterior. O sistema pré-consciente consegue manter a maior parte dos seus investimentos de energia em estado de repouso, deslocando o necessário, segundo as necessidades do ego. Na segunda teoria do aparelho psíquico, a origem de todos os investimentos ocorre no id, pólo pulsional da personalidade. As outras intâncias (ego e superego) retiram a sua energia dessa fonte primordial.
No investimento inconsciente, se consideramos, efetivamente, que este investimento é oriundo do id, somos levados a concebê-lo como impelindo constantemente as representações, ali fixadas, para a consciência, produzindo representantes psíquicos, mas muitas vezes Freud fala do investimento inconsciente, como de uma força de coesão própria do sistema inconsciente, independente do id, sendo capaz de atrair para ele novas representações. Esta força desempenharia um papel capital no recalque.
Quando há um investimento do id sobre o ego (um desejo ou uma recordação desagradável, ou seja, um afeto) cabem ao ego algumas hipóteses:
1 ? Aceitar o investimento e ser inundado por ele, fazendo o que lhe é sugerido ou elaborando-o (transformando-o, pelo uso da razão, em algo aceitável pelo superego) ou sublimando-o e mudando a meta do investimento sexual (e,
consequentemente, o objeto alvo do prazer) para uma meta não sexual.
2 ? Fazer um contra investimento, ou seja, não aceitar o investimento por contrariar a base introjetada de valores e por chocar-se com a estrutura do ideal de ego e consequentemente da censura (superego). Esta operação de rejeição requer do ego o uso de parte de sua energia psíquica para fazer a energia do id retornar para o inconsciente e manter o recalcado lá. A conseqüência disto, é que faltarão energias para as funções normais e diárias do ego, afetando imediatamente sua auto-estima, produzindo cansaço, tristeza, desânimo e principalmente, perda de libido (sexualidade), já que parte da energia utilizada pelo ego para contra-investir é de natureza sexual.
? Caso o ego tenha capacidade de contra-investimento perante o desagradável (afeto), ou ao desejo que não é aceito pelo superego, ou ao sentimento do que se rejeita, estes conteúdos ficarão recalcados e o ego não terá mais
consciência destes, não se lembrará. Contudo, o contra investimento que mantém o recalcado no inconsciente estará permanentemente roubando energia de relação do ego, sempre que ele se defrontar com estímulos ou objetos que produziram a defesa (o recalque).
? Caso o ego não tenha capacidade de contra-investimento para manter o recalcado no inconsciente, o ego tentará mantê-lo no pré-consciente, que seria um segundo nível de defesa (de recalque). Neste caso o ego estará lembrando
do desagradável ou do desejo e sofrerá uma influência intensa desta energia, podendo produzir fantasias, sonhos constantes e repetitivos, ficando debilitado em sua auto-estima, na sua estrutura emocional, podendo gerar algumas
patologias tais como: fobias, obsessões, pânico intenso, depressão, angústias intensas e todos os tipos de neuroses.
? Caso o ego não tenha mais capacidade de contra-investimento para manter as pulsões do id no pré-consciente, ele será invadido por estes afetos indesejáveis (recalcado), que produzirão uma última defesa patológica: a perda, a alienação da realidade, a loucura, como forma de enfrentar o desagradável (afeto). Isto produzirá os estados psicóticos – paranóias e esquizofrenias, com a perda da representação meta.

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