Negócio da China - Como explicar o crescimento econômico da China?
(Julian Padilha Villar)
O enorme mercado consumidor potencial e a vasta reserva de mão-de-obra barata oferecidos pela china atraíram os investimentos estrangeiros. Desde o inicio da década de 1980, a expansão do PIB chinês realizou-se a taxas recordistas, apenas momentaneamente interrompidas pela crise política da Praça da Paz Celestial.
A China tornou-se o segundo maior receptor de investimentos estrangeiros no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, durante a década de 1990. Esses investimentos originaram-se dos estados Unidos, do Japão, da Europa Ocidental e também dos NPIs. O enclave britânico de Hong Kong, reintegrado à China na condição de região Autônoma em 1998, funcionou como nexo entre a China e os investidores estrangeiros. Taiwan tornou-se importante parceiro comercial da China. Assim, as “Chinas do exterior” serviram de intermediários entre a china e a economia globalizada.
A transformação da economia chinesa apoiou-se, antes de tudo, na transferência de trabalhadores do meio rural para o complexo urbano-industrial. Em 1978, o emprego agrícola representava 70% do emprego total da China; em 1999, menos de 50%. Em termos absolutos, os empregos na agricultura saltaram de cerca de 285 milhões em 1978para 340 milhões em 1991, mas daí em diante declinaram para menos de 330 milhões em 1999. Estima-se que exista uma massa de 100 milhões de “migrantes permanentes” que deslocam-se entre as cidades industriais litorâneas e emprega-se temporariamente na construção civil.
A política de abertura econômica transformou a China em uma das mais importantes plataformas de exportação de bens de consumo do mundo, em especial, nos setores intensivos em mão-de-obra, tais como a industrias têxteis, de calçados, de brinquedos, de eletrodomésticos e eletrônicos. A participação do país no comércio mundial passou de menos de 1% em 1973 para perto de 5% em 2002, entrando, de fato,para a globalização.
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