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Ab-reação
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Descarga emocional pela qual um sujeito se liberta do afeto (consciente) ou do quantum de afeto (pré-consciente ou inconsciente), ou seja, do desagradável ligado à recordação de um acontecimento traumático, permitindo,
assim, que ele não se torne ou não continue sendo patogênico. A ab-reação, que pode ser provocada no decorrer da psicoterapia, principalmente sob hipnose, e produzir então um efeito de catarse (purgação). Também pode surgir, de modo espontâneo, separada do traumatismo inicial, por um intervalo mais ou menos longo, contudo, se a recordação que aflora, com todo conteúdo emocional recalcado, gerar revolta, novas mágoas e frustrações não haverá a liberação do quantum de afeto, podendo até haver o sobre-investimento, agravando o nível de excitação patogênica anterior.
A persistência do quantum de afeto ou do afeto que se liga a uma recordação depende de diversos fatores e o mais importante deles está ligado ao modo como o sujeito reagiu a um determinado acontecimento. Esta reação pode ser constituída por reflexos voluntários ou involuntários, pode ir das lágrimas à vingança. Se tal reação for suficientemente importante e levar em consideração o ego que avalia e, consequentemente, um grau de elaboração e de compreensão dos porquês, grande parte do afeto ou do quantum de afeto, ligado ao acontecimento, desaparecerá. No entanto, se essa reação for reprimida ou sobre-investida, o afeto se conservará ligado à recordação. A ab-reação é, assim, o caminho normal, que permite ao sujeito reagir a um acontecimento e evitar que ele conserve um quantum de afeto demasiado intenso. No entanto, é preciso que essa reação seja ?adequada?, para que possa ter um efeito
catártico (razão + emoção). A ab-reação pode ser espontânea, isto é, seguir-se ao acontecimento, com um intervalo tão curto que impeça que a sua recordação se carregue de algo desagradável e, assim, se torne patogênica. A ab-reação também pode ser secundária, provocada pela psicoterapia catártica, que permite ao doente rememorar e
manifestar, pela palavra, o acontecimento traumático e libertar-se, assim, do quantum de afeto que o tornava patogênico. Freud, efetivamente, nota já em 1895: ?é na linguagem que o homem acha um substituto para o ato, substituto graças ao qual o afeto pode ser ab-reagido da mesma maneira. A ausência de ab-reação tem, como efeito, deixar subsistir, no estado inconsciente e isolado do curso normal do pensamento, grupos de representações
carregadas de excitações desagradáveis, que estão na origem dos sintomas neuróticos: ?as representações que se tornaram patogênicas conservam a sua atividade, porque não são submetidas ao desgaste normal pela ab-reação e porque a sua reprodução, nos estados associativos livres, é impossível.
Breuer e Freud procuram distinguir as diferentes espécies de condições que não permitem ao sujeito ab-reagir. Umas estariam ligadas, não à natureza do acontecimento, mas ao estado psíquico que este encontra no sujeito: pavor, estado sonambúlico. Outras estão ligadas a circunstâncias, geralmente de natureza social, que obriga o sujeito a reter suas reações pela educação (vergonha de chorar ou de falar algo que lhe incomoda). Finalmente, o acontecimento pode ser algo que ?o doente quis esquecer e que recalcou, inibiu, reprimiu intencionalmente, fora do seu pensamento consciente. Enfatizar exclusivamente a ab-reação, na eficácia da psicoterapia é, antes de mais nada, uma característica do período chamado método catártico. No entanto, continua presente no tratamento psicanalítico, levando em consideração, não apenas a rememoração, a interpretação, mas também a catarse (ab-reação).



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