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O Cuco
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Drama/guerra/humor. 1944. No
interior da Finlândia, em fins da 2ª Guerra Mundial, Veikko, um jovem soldado
finlandês é abandonado pelos russos com o pé acorrentado a uma rocha. Consegue,
porém, fugir, indo parar na pequena propriedade de Anni, jovem pertencente à
tribo “Sami”(povo indígena europeu), e que acaba de resgatar um oficial
soviético ferido numa explosão. Os três passarão a viver uma delicada
convivência, já que, além de não se entenderem (cada um fala um idioma
distinto: finlandês, russo e dialeto “sami”), o oficial soviético está apenas
esperando recuperar-se para matar Veikko, que considera ser um agente nazista.
Para Anni, no entanto, que há quatro anos vive sozinha com o cachorro, a
presença dos dois homens é considerada como um presente divino.



O choque de culturas de que trata
O Cuco (Kukushka, Rússia, 2002) não se refere apenas às diferenças
geográficas, mas também ideológicas, que separam seus protagonistas. O oficial
russo, batizado como “Kaifora” por Veikko (devido a uma tentativa fracassada de
apresentação), mesmo longe da tropa e moribundo, continua pensando como um
militar que tem sua missão, por mais que esta missão quase lhe tenha tirado a
vida. Veikko, por sua vez, retirado da faculdade para servir na Guerra e
condenado a servir de “cuco” (termo militar dado aos prisioneiros feitos atiradores
suicidas, já que acorrentados a uma rocha, com a função de denunciar o inimigo
através do barulho), considera encerrada a sua participação no conflito, e
deseja apenas voltar para casa. Já Anni, entre os afazeres domésticos e os
olhares cobiçosos para o jovem finlandês, preocupa-se com a necessidade de mais
suprimentos para alimentar os visitantes. O que tinha tudo para dar errado, no
entanto, aos poucos vai se encaixando no convívio diário e forçado, nas
conversas desencontradas, no desejo de sobreviver e na ausência da antiga
realidade que, junto aos pares, levaria cada um deles a outro tipo de
comportamento.



Aqui, apara-se arestas. Livre de
fronteiras, de regulamentos e de hierarquias, o indivíduo deixa de dar tanta
importância ao ódio. O outro busca o mesmo que você, ainda que se expresse de
maneira incompreensível. E é através desta confusão entre idiomas (que rende os
momentos de humor do filme), alternada com o lirismo dos costumes,
principalmente religiosos, dos Sami, que o roteirista e diretor Aleksandr
Rogozhkin passa a sua mensagem pacifista. O bom uso que faz da simplicidade para
contar a sua história é visto na fotografia esmaecida, que só ganha cores vivas
ao final, com a chegada do verão, e nos diálogos e situações aparentemente
banais, mas narrados de forma a fazer com que o espectador vá acompanhando-os
até o bonito desfecho. Anni, Kaifora e Veikko, principalmente este último, não
deixam de contar suas histórias e emitir suas opiniões, mesmo que ninguém
entenda. Mesmo que as palavras caiam no vazio e as consequências sejam
trágicas. Dialogam com uma possibilidade e, assim, independentes de
vocabulário, estabelecem alguma comunicação.



Note-se que é através do uivo e
do tambor, mais do que da palavra, que Anni, a mulher salvadora dos dois
homens, vai buscar um deles no “vale dos mortos”. Da mesma forma que é através
do olhar e da música que ela manifesta desejo, e é ouvindo seus gritos que um
dos soldados sabe que ela está ocupada.
Para bom entendedor, meia palavra basta.



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