BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


As CIDADES -GEOGRAFIA URBANA - cp. V
(Aroldo Azevedo)

Publicidade
A Geografia Urbana – O estudo das cidades teve início no Brasil a partir de 1920 quando passaram a ser objeto da atenção por parte de geógrafos e sociólogos.
Uma visão panorâmica sobre nossas cidades recebeu alguma contribuição mais específica em relação a São Paulo – Santos – Rio de Janeiro (1927) através de um estudo elaborado por Pierre Denis, mais ou menos detalhado da situação geográfica, dos problemas e do seu traçado urbano.
Após este primeiro trabalho seguiram-se outros como os de Otto Qualle, Preston James (sobre BH e Ouro Preto), Pierre Deffontaines (RJ – Petrópolis – classificada como ‘uma grande vitória urbana’ -1938, e a ‘maior cidade branca dos trópicos’ – 1939). Nessa época já se chamava a atenção para a crescente rede urbana. Na década de 1940 os mestres franceses deixaram suas marcas na Faculdade de Filosofia de São Paulo (USP). Pierre Deffontaines (1934) criou a cátedra de Geografia Superior e Pierre Mombeig (1935-46) esteve à frente do curso de Geografia Humana ministrando vários cursos de Geografia Urbana e estimulando os alunos a elaborar monografias das cidades.
A partir daí surgiram estudos de conjunto das redes urbanas brasileiras com destaque para o engenheiro urbanista Jerônimo Cavalcanti, Fernando Azevedo (aspecto sociológico), Plínio Salgado (origem das cidades), Moacir Silva (classificação), Maria Conceição V. Carvalho com uma síntese. Nas décadas de 1940-50 o assunto ganhou novas formas de abordagem incluindo os aspectos políticos e econômicos, não só a nível nacional, mas de América Latina. No Brasil os estudos sobre cidades tiveram uma abordagem regional destacando estudos das cidades metrópoles regionais como Belém, Manaus, Recife e a rede urbana do nordeste (Crato, Campina Grande, Arcoverde), cidades do baixo São Francisco, prosseguindo com as Capitais do Leste (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador), e da baixada Fluminense. A cidade de São Paulo e região têm uma análise mais detalhada da vida urbana: sítio urbano, crescimento, população, problemas habitacionais, função industrial, problemas de transporte, área suburbana, etc. – este trabalho tem a contribuição de grande número de geógrafos. Seguem estudos da região sul com destaque para Porto Alegre, Curitiba e norte do Paraná, Florianópolis, Brusque, Blumenau, Joinville. A região Centro Oeste tem destaque com Goiânia, Anápolis, Cuiabá e Corumbá – com um bom número de estudos realizados por geógrafos como Aroldo de Azevedo, Pasquale Petrone, Aziz N. Ab’Sáber, Moisés Gicovate, etc.
A rede urbana no Brasil, a exemplo do que ocorre em outros países, tem exercido atração sobre as populações; é um fenômeno universal registrado a partir do século XIX com a industrialização. O parque industrial diversificado e o incremento da construção civil com a ilusória melhoria da qualidade de vida promoveram uma migração intensa rural-urbana no período entre 1940-1950. As cidades com maior fluxo migratório na época foram: Recife com um crescimento de 75,8%, São Paulo (72,2%), Porto Alegre (72,0%), Rio de janeiro (71,3%), Salvador (70,7%) e Belo horizonte (70,0%).
O conceito de área urbana é diferente para o geógrafo do que para o político. O critério puramente geográfico deveria basear-se exclusivamente nas funções, estrutura e as atividades dos seus habitantes. A falta de estudos demográficos impede uma classificação adequada. O critério demográfico leva em conta o total da população urbana; é considerada cidade um aglomerado com mais de 5 mil habitantes. Porém, por força de Lei “a sede do Município tem a categoria de cidade e lhe dá o nome” independente do número de habitantes. É o conceito político-administrativo. A geografia, no entanto, para definir um aglomerado como cidade leva em conta as características culturais, sociais, a estrutura urbana, os aspectos demográficos e as suas funções.
Um estudo de 1960 aponta o período de 1960 com 908 cidades sendo que a maioria se concentrava na faixa litorânea. A divisão regional na época deste estudo era diferente da atual. São Paulo fazia parte da Região Sul que concentrava a maior parte das cidades brasileiras – 342 cidades, sendo 176 em São Paulo. A Região Leste abrangia Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo e o Estado da Guanabara – no conjunto com um total de 316 cidades. O Nordeste possuía 159 cidades; o Centro Oeste com 35; a Região Norte com 30 cidades e o Meio Norte (Maranhão e Piauí) com 26 cidades.
Comparando com o Brasil de 1822 – data da emancipação política, o crescimento urbano foi expressivo, pois na época só havia 225 centros urbanos sendo que apenas 12 eram consideradas cidades. Na época o Nordeste e a Região Leste eram as regiões de maior poder econômico. As cidades mais importantes eram Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE) com mais de 100 mil habitantes cada uma. São Paulo aparecia no 10º lugar com apenas 31.852 habitantes (1872). Em fins do século XIX a cidade do Rio de Janeiro continuava na liderança com cerca de 700 mil habitantes, seguida por São Paulo com 239.820 Habitantes, Salvador (205.813), e Recife (113.106). A cidade do Rio de Janeiro manteve a liderança até 1960 quando São Paulo atingiu 3.300.218 habitantes contra 3.223.408 habitantes do RJ.
A construção de Brasília trouxe uma reorganização regional e populacional do quadro urbano nacional.



Resumos Relacionados


- Urbanização I

- Desenvolvimento E Crescimento Na Região Sudeste Do Brasil

- Êxodo Rural

- Megalópoles

- A Urbanização E Seus Impactos Ambientais



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia