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O Centauro no Jardim
(Mendes Junior)

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O
Centauro no jardim é um livro de 1980 do escritor gaúcho Moacyr Scliar. Foi um
dos livros mais traduzidos e publicados para o mundo do autor, além de ter
recebido vários prêmios pela riqueza e originalidade da obra.

O romance
é construído a partir de períodos definidos em capítulos, através de datas e
lugares, mas com componentes narrativos que remontam ao passado. Inicia-se com
um Guedali, o centauro-narrador, tranquilo e aparentemente feliz, comemorando
seus trinta e oito anos, ao lado de sua mulher e de seus amigos, num
restaurante tunisiano, chamado Jardim das Delícias, o qual passa a reconstruir
os acontecimentos de sua vida.

O
calvário de Guedali tem início numa pequena fazenda no interior do Rio Grande
do Sul. Ele faz parte de uma família judia, advinda da Rússia, que, ajudada por
um tal Barão Hirsch, fugiu dos pogroms. Guedali narra seu próprio nascimento
como se misturado ao susto dos pais e irmãos, e tem consciência desde cedo de
que é diferente: “As primeiras lembranças, naturalmente, não podem ser
descritas em palavras convencionais”. O fato é que Guedali nasce um centauro e,
portanto, provoca uma série de desafios para família Tartakovsky, desde no
sentido de seguir os preceitos judaicos até o de escondê-lo a fim de preservar
a dignidade de todos, afinal, dificilmente seria considerado natural um ser
metade homem, metade cavalo.

A
questão conflituosa se trava quando Guedali descobre o prazer de cavalgar pelo
campo, ao mesmo tempo que vai percebendo haver um mundo fora de seu esconderijo
e das leituras, hábito que passa a cultivar enquanto trancafiado. Num descuido,
durante um galope, é surpreendido por um vizinho e seus pais decidem se mudar
para a cidade, fato que o torna ainda mais prisioneiro de seu corpo. Avista por
lentes longínquas o amor – platônico, mas amor – e resolve que chegou a hora de
abandonar a segurança de seus pares e enfrentar de uma vez por todas o mundo.
Durante cavalgadas pelo desconhecido, conhece Tita, uma centaura. Apaixonam-se.
Tomam, portanto, a decisão que iria mudar suas vidas: se transformar em seres
normais após cirurgia realizada no Marrocos. A partir do sucesso deste
empreendimento inicia-se uma batalha interna e individual entre os ex-centauros.

Interessante
o exercício de assumir o papel dos dois personagens para tentar imaginar como
nos comportaríamos se modificados a ponto de nos tornarmos outros seres. É
incômodo. A identidade estaria em jogo, assim como a natureza humana e seus
componentes psicológicos e sociais. O fato é que Guedali é tomado por uma crise
de identidade, quer voltar a ser centauro, pois é o seu instinto e, de verdade,
nunca deixou de ser um centauro, quer galopar pelos campos rumo aos seios de
Abraão. Abre-se, então, a discussão pelo respeito ao diferente e à
originalidade, a angústia do homem enfiado na sociedade contemporânea e a
condição judaica.



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