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O CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES
(SAMUEL P. HUNTINGTON)

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O CHOQUE DAS CIVILIZAÇÕES E A RECOMPOSIÇÃO DA ORDEM MUNDIAL

Ninguém que deseje entender o mundo pós-guerra fria pode deixar de ler essa grande obra de geopolítica. Ninguém que deseje ter um papel preponderante no processo da globalização pode abrir mão de uma leitura minuciosa e repetida desse trabalho. Simplesmente indispensável.
O autor mostra que após ter sido dividido pela ideologia por sete décadas, a atual divisão das nações obedece ao princípio civilizacional, ou seja, os países se unem conforme a cultura, língua, valores e religiões. Embora alguns elementos possam quebrar esse padrão, no geral as nações procurarão apoiar e se apoiar naqueles que possuem a mesma identidade.
O autor identifica no mundo moderno pelo menos oito civilizações, embora algumas delas estejam bem interligadas, sendo quase uma subcivilização, como no caso da sul-americana e a africana. São elas:

· Sínica – Países de origem chinesa, como China, Taiwan, Vietnam, etc
· Japonesa – O Japão sozinho forma uma civilização à parte
· Hindu – A Índia e o Sri Lanka estão incluídos nessa civilização
· Islâmica – Aqui estão inclusas todas as nações com maioria islâmica
· Ortodoxa – Abrangida pelas nações cuja religião dominante é a Igreja Ortodoxa Grega, como Rússia, Ucrânia, Polônia, etc.
· Ocidental – É formada principalmente pela América do Norte e a Europa, embora América do Sul e África subsaariana tenha diversos pontos de convergência
· Sul-Americana – Abrange Brasil e demais países de fala latina
· Africana – Somente a África localizada abaixo do deserto do Saara, uma vez que a parte superior está incluída na civilização islâmica

Conforme o autor, na maioria dos casos, essas civilizações possuem um país-núcleo, que como o principal daria diretrizes a todos os outros e em certo sentido os dominaria. Os países núcleos seriam China (Sínica), Japão (Japonesa), Índia (Hindu), Rússia (Ortodoxa), EUA (Ocidental). As nações islâmicas, sul-americanas e as da África Subsaariana carecem de uma nação líder, o que pode lhes causar alguma dificuldade.
Diante desse quadro o ocidente deve largar qualquer atitude de superioridade e de querer impor seus padrões civilizacionais às outras. O extremo oriente, dominado pela China e as nações islâmicas guardam muito rancor contra as tentativas de dominação e imposição cultural. A prosperidade econômica recente dessas nações, fez com que as mesmas entendessem que não precisam imitar os padrões americanos para alcançar o progresso desejado. Pelo contrário, seu desenvolvimento recente as tem convencido que seus valores são superiores aos do ocidente, que está em decadência justamente por causa de sua inferioridade.
Essa atitude funciona como um nacionalismo mais amplo, pois a identidade dos povos ultrapassa as fronteiras para ligar-se a outros países com formas de pensar, crer e agir semelhantes. A religião tem um papel de destaque, senão primordial. No caso do islamismo, nas últimas décadas, tem ocorrido um Ressurgimento Islâmico, que o autor compara em importância com a Reforma Protestante. Esse surto religioso não se restringe ao Islã, mas também ao Cristianismo Ocidental e mesmo ao hinduísmo e à ortodoxia. Ele denomina esse fenômeno de “A Revanche de Deus”, pois apesar das previsões de queda da religiosidade como fruto do desenvolvimento, ocorreu justamente o inverso.
Para ilustrar essa realidade baseada nas civilizações, o autor discorre a respeito da Guerra de Kosovo, onde três civilizações estavam em questão: a Ocidental, representada pelos croatas católicos; a Ortodoxia, representada pelos sérvios e os muçulmanos da Bósnia. Ele procurou demonstrar que cada civilização procurou ficar do lado de seu grupo. Europa apoiando croatas católicos, Rússia apoiando sérvios ortodoxos e a Bósnia-Hezergovna recebendo o apoio dos países islâmicos.
A teoria de Huntington permanece como um mapa para aqueles que procuram entender o mundo moderno e se deslocar nele com segurança. Caso contrário, as possibilidades de conflitos são amplas. Ao contrário da ordem bipolar da Guerra Fria, a ordem atual é multipolar e requer um esforço muito maior para a compreensão e para desenvolver os relacionamentos entre as nacionais.



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