Resumo de Medicina Prodigiosa, Interessante e Popular

Está
cientificamente provado que a flora brasileira é riquíssima e possui variadas propriedades medicinais. As virtudes
terapêuticas das nossas plantas constituem meio de cura certo para a maioria
dos males que afligem a gente simples dos sertões. Os remédios baseados no
emprego das plantas medicinais têm conseguido verdadeiros milagres para muitos
doentes.

No
entanto, existem crendices que, além de não cumprir o que se diz delas, podem
ainda se constituir em perigo para a saúde. Abaixo, uma relação das ervas,
tradições e crendices mais comuns nos sertões brasileiros.

Raspa
de juá: lavar a cabeça, Devido ao seu alto teor de saponina elimina a caspa e tonifica
o bulbo capilar aumentando o crescimento do cabelo.

Quina
do mato: anti-febril.

Seiva
de jatobá: tônico, expectorante e estomacal.

Macela:
para desarranjos gastrointestinais.

Angico:
para catarro no peito.

Jurubeba:
Males hepáticos e renais.

Eucalipto
: febre e gripe.

Sabugueiro:
anti-febril.

Quebra-pedra:
depurativo.

Casca
de romã: doenças da garganta em gargarejos.

Folha
de laranjeira: calmante.

Leite
de mamão: para impinges.

Alface:
contra a insônia.

Limão:
febrífugo. Café com limão corta os resfriados. Ele tem vários empregos.

Mastruço:
Para contusões interna e externa, fraqueza pulmonar.

As
verduras e as frutas são ricas em vitaminas. A couve tem muito enxofre e
beneficia os pulmões. A cebola é diurética. O alho é diurético e faz baixar a
tensão arterial. O limão alcaliniza a urina. O mamão faz bem ao estômago e aos
intestinos. A laranja corrige a prisão de ventre, faz bem a quem tiver vertigens,
dor de cabeça, insônia e nevralgia.

Mais
xaropadas:

Erva-cidreira:
estimula os rins, elimina os catarros dos brônquios e da garganta.

Imburana:
excitante, aromático e peitoral.

Ipecacuanha:
vomitiva. Para disenteria e bronquite aguda.

Velame:
anti-sifilítico.

Cabacinha:
Nas doenças infecciosas, inflamatórias e sinusites.

Sal
amargo: É o purgativo mais generalizado.

Para
erupções na pele recomendam banhos de cozimento de folhas de velame, mussambê,
mufumbo, malvarisco, etc., além de uma garrafada, para limpar o sangue. Para
dor de dentes, prescrevem-se, ainda, reza forte, dente de cravo e sarro de
cachimbo.

Rezas,
feitas com fé, curam: engasgo, mau-olhado, ramo, inchações, trilhadura de
nervos (vapor de panela com água a ferver também serve para trilhaduras),
espinhela caída, etc.

Teia
de aranha, para estancar o sangue. É perigoso pelo pó que encerra. Pode dar
tétano.

Terçol
(pequeno tumor no bordo das pálpebras), para evitá-lo, primeiramente,
esfrega-se o indicador na palma da mão até esquentá-lo, Depois, toca-se com a
ponta do mesmo dedo o terçol, por três vezes, ao sol nato.

Impingem:
o remédio é saliva recitando: "Jesus, Maria e José, cuspo de manhã em
jejum, mezinha é".

Para
mordida de raposa doida, banhos de água salgada.

Para
picada de cobra venenosa onde há o "curador", este cospe dentro da
boca da vítima, pois, a sua saliva tem a propriedade de destruir a ação do
veneno. É seboso mas pode salvar uma vida. Nos sertões existe quem cure
bicheira de animais na porteira do curral e quem os castre pelo rastro.

Crupe:
o sertanejo lança mão de extravagante processo para debelar o mal. Quando a
vítima está no auge da sufocação, arranjam um sapo, atam-lhes os pés, e
esfregam o couro da barriga do asqueroso batráquio, de encontro ao pescoço do
doente, à altura da garganta.

A
reação é imediata. Vem forte acesso de tosse. A pessoa, num esforço supremo,
expele, bruscamente, a gosma endurecida que obstrui a garganta, com grande
sensação de alívio. A criatura fica boa, porém, o cururu, solto no pátio, com a
barriga avermelhada, esmorece e morre.

Rapé
inalado pelo nariz "afrouxa" o catarro da cabeça, provocando o
espirro e aliviando a dor de cabeça.

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