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Al Qaeda in the Maghreb: The “Newest” Front in the War on Terror
(Anthony N. Celso)

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O artigo
de Anthony N. Celso consiste numa pesquisa científica que busca, por meio de
uma análise histórica da propagação do Jihad islâmico na região do Maghreb[1]
e na Europa, mostrar a conveniência da aproximação entre Al Qaeda e os grupos Salafistas[2]
do norte da África para o fortalecimento de ambos os grupos e para os problemas
ideológicos após os ataques de 11 de setembro de 2001 aos EUA. Além disso, tal
aliança garantiu um novo eixo para o terrorismo capaz de propiciar àquele grupo
acesso direto ao continente europeu, cujo poder de destruição havia se
deteriorado após a invasão do Afeganistão.

O
autor procura comprovar essa idéia central, analisando diversos movimentos
jihadistas e os motivos pelos quais esses grupos interrelacionam suas forças,
como no caso da Al Qaeda e dos grupos Salafistas, ambos em busca de compensar,
por meio dessa associação, perdas no passado. Além de observar a contribuição das
comunidades Maghreb na Europa para a ligação entre o jihadismo interno e o global.
Ele também explana o papel das guerras (Afeganistão, Bósnia, Chechênia, Iraque
e Kashmira) para o extremismo islâmico e a identidade muçulmana, e ainda os
perigos da incorporação dos movimentos Salafistas à Al Qaeda para a região do
mediterrâneo.

Os
ideais da chamada “Irmandade” (Brotherhood)
brotaram no Egito, na década de 1920, como reação à ocupação Britânica ao país,
e ganharam força com as incitações à violência feitas por Qutb, que pregava a
resistência à secularização e que foi um dos principais precursores do
movimento jihadista. Suas idéias são seguidas até hoje pelo Jihad Islâmico do
Egito, porém foram abandonadas pela Irmandade, que se integrou à sociedade
civil egípcia.

Celso
contradiz a idéia de John Esposito (1999) de que o islamismo pode desenvolver-se
de forma pacífica, apresentando o histórico do Oriente Médio composto por
conflitos, legados coloniais, fundamentalismo islâmico, culturas violentas, dentre
outros fatores que ameaçam a região. Dois exemplos claros disso são o Hamas e o
Hezbollah, que realizam obras de caridade e constroem hospitais e escolas,
porém continuam sendo armados pela Síria e pelo Irã. Esse caráter social pode
ser entendido, segundo o autor, como fundações de treinamento e recrutamento,
além de formar uma população comprometida com o jihad violento.

O
autor também destaca a atuação do Grupo Islâmico Armado (GIA), formado na
Argélia em 1993, por jihadistas que haviam lutado no Afeganistão, e que
contribuíram para a guerra civil daquele país. Tal atuação ultrapassou as
fronteiras da Argélia em 1995, quando em um ato de retaliação contra o apoio do
governo Francês ao governo Argelino na repressão ao movimento, o GIA provocou
explosões em um metrô francês.

Celso
aponta a questão migratória de milhares de muçulmanos para a Europa como
responsável pela expansão de centros comunitários nos países de destino, e
alguns destes passaram a ser usados por redes criminosas ou para o treinamento
e a doutrina terrorista.

Ele
apresenta ainda, sob a perspectiva de Huntington (1997), de que as civilizações
seriam o eixo dos conflitos no pós-Guerra Fria, abordando a questão da
hostilidade Islâmica em relação à Ocidental, à Hindu, à Eslava e à Africana,
como geradora do problema de identidade muçulmano na Europa. Além de ressaltar
a confrontação entre o Jihad e países como os EUA e Israel.

De
acordo com Celso, as conexões entre países do Mediterrâneo facilitam os ataques
do jihad aos “infiéis ocidentais”, um dos pilares fundamentais da causa
jihadista. Além disso, são grupos como o Grupo Salafista para a Promoção e
Combate (GSPC), o GIA e o Grupo de Combate Marroquino (GICM), espalhados pela
Europa, que garantem o acesso à Al Qaeda a recursos consideráveis.

Outro
fator importante ressaltado pelo autor é o fato de que essa região do norte da
África possui condicionantes demográficas, políticas e econômicas favoráveis ao
recrutamento, doutrinação e treinamento de terroristas, já que o baixo nível de
vida gera jovens descontentes com a sociedade e que estão vulneráveis ao
fundamentalismo islâmico. Isso é causa de preocupação na França, já que os
muçulmanos representam 10% de sua população, além de oferecer riscos à Espanha,
já que tanto o GSPC, quanto o GIA e o GICM atuam no país, além do grupo
separatista basco, ETA.

Celso
conclui sua explanação reafirmando os riscos oferecidos pela atuação da Al
Qaeda na região do Maghreb. Desta forma, sua conclusão mostra-se exitosa já que
seus objetivos iniciais foram alcançados, de demonstrar de que forma a
associação entre os dois grupos terroristas facilitou o acesso à Europa e
introduziu um novo eixo de atuação do terrorismo na região.









[1]
Região do norte do continente africano que compreende países como Marrocos,
Saara Ocidental, Argélia e Tunísia, e que, por estar voltada para a Europa pelo
Mar Mediterrâneo, facilita o acesso a este continente.





[2]
Grupo islâmico que preserva os costumes e rejeita veemente as inovações
religiosas.



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