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O Brilho de Mil Sóis
(José Augusto Dias Jr. e Rafael Roubicek)

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A obra trata da evolução da bomba
atômica por todo séc. XX, até tratar em seu final, do programa nuclear
brasileiro. Livro curtíssimo, de narrativa didática, repleto de dados técnicos,
entretanto pode ser considerado um delicioso vira-página. Apresenta curiosidades
notáveis, demonstrando a participação nesta história nefasta de personagens
variados, alguns famosos (como cientistas que deram nome a elementos químicos
da Tabela Periódica), e outros nem tanto, incluindo políticos de projeção.

O primeiro idealizador da bomba
atômica não era sequer cientista. E sim, um escritor. O autor britânico, H. G.
Wells, popular no final do séc. XIX e início do séc. XX, foi um dos fundadores
do estilo hoje conhecido como ficção
científica. Entre os vários livros seus em que se basearam filmes e
mini-séries de televisão temos Guerra dos
Mundos (1898), que influenciou o filme do mesmo nome protagonizado por Tom
Cruise em 2005.

Em 1914, ele publica The World Set Free (em português, O
Mundo Libertado). O enredo do livro narra uma guerra onde se usa uma bomba de
grande poder de destruição, fabricada a partir da quebra do núcleo do átomo. Os
cientistas da época refutaram publicamente a viabilidade de fabricação de uma
bomba como a descrita na obra para acalmar os leitores.

A partir daí, a obra aqui resumida se
ocupa das atividades de Leo Szilard.

Jovem cientista húngaro, ele vive na
Alemanha onde acompanha as novas descobertas do estudo atômico. Fugindo da
perseguição nazista chega aos Estados Unidos. Neste país, ele já se havia convencido
da possibilidade de criação de uma poderosíssima bomba semelhante à do livro de
Wells. O humilde estudioso crê não ser o único a alcançar esta conclusão. A
Alemanha nazista – antes do início da Segunda Guerra Mundial - invadira a
Tchecoslováquia (país rico em urânio, elemento considerado o ideal para a
fissão nuclear). Inglaterra e França, baluartes da democracia européia,
reagiram de forma tímida a este ato truculento, por razões discutíveis até
hoje.

Para Szilard, o único modo de impedir
que Hitler, autoritário, ambicioso e louco, fabricasse sua bomba e a utilizasse,
consistia em propiciar sua posse a um eventual adversário, criando justo
equilíbrio de forças. É o que justifica que procure apoio influente para
convencer o governo norte-americano a destinar verbas para um projeto nuclear.

Houve cientistas que se lançaram
ingênuos ao projeto, julgando ousadia demais por parte do governo, fazer uso
efetivo da terrível arma. Como todos sabem, os fatos não evoluíram desta forma.

A obra prossegue lançando mão
inclusive de fatos secretos que comprovam que a Harry Truman – presidente dos
Estados Unidos em meados de 1945 – podia-se atribuir os defeitos acima
direcionados a Hitler. Detalha o horror no Japão por meio do relato de um
sobrevivente da cidade de Nagasaki. Informa a precariedade que caracterizava
ações sigilosas na época, o que facilitou a disseminação da tecnologia nuclear
inclusive a países de Terceiro Mundo a partir dos anos 60. Dedica cinco páginas
ao fascínio que a tecnologia nuclear exerceu sobre os governantes do Brasil
entre as décadas de 50 e 90. Finaliza informando que a ameaça continua, afinal,
apesar do fim da Guerra Fria, ainda convivemos com o tráfico ilegal de material
atômico. Mesmo que hoje verifique-se maior maturidade política do que em outros
tempos. Os autores afirmam a possibilidade remota de uma guerra nuclear global.
Porém a advertência da citação que intitula o livro é assustadora. Trata-se do
trecho de um livro sagrado hindu, citado por Robert Oppenheimer ao assistir a
primeira explosão atômica “Se a luz de mil sóis brilhasse de uma só vez [...]
eu me tornei morte, destruidor de mundos”.



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