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Margin Call - O Dia Antes do Fim
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Sinopse. Drama/suspense financeiro. No prédio de um banco de
investimentos, 80% de um setor acaba de ser mandado embora por contenção de
despesas. Um dos demitidos, o analista de risco Eric Dale, deixa com o colega
novato Peter Sullivan um pen drive e o aviso: “Tome cuidado”. Terminado o
expediente, Sullivan resolve permanecer na empresa, estudando as informações
deixadas por Dale, e termina por descobrir que os papeis estocados há meses
pela instituição estão gerando enorme prejuízo pela queda de valor, e que o
banco está a ponto de quebrar. A informação é repassada para Sam Rogers, o
chefe de Sullivan, que, por sua vez, a transmite para seus superiores, os
jovens diretores Jared Cohen e Sarah Robertson, que não vêem outro jeito além
de chamar John Tuld, o presidente da empresa, em plena madrugada, para tomar ou
não a decisão de vender, de uma vez, todos os títulos a preço abaixo do mercado,
quebrando todas as outras instituições concorrentes e dando início a uma crise
financeira de escala mundial.



Comentário. Em 2008, com a expansão do mercado imobiliário
norteamericano e a redução dos juros, o investimento em títulos de alto risco
de inadimplência (de compradores de baixa renda) levaria uma instituição de 158
anos, o banco de negócios Lehman Brothers, à falência. Sua queda arrastaria
outras instituições, num efeito dominó que se alastraria para além das
fronteiras dos EUA, levando a crise financeira e a recessão às principais
economias do mundo.



O colapso econômico de 2008,
embora não creditado, serviu de inspiração para o diretor/autor J.
C. Chandor. Estreando na direção com este Margin
Call – O Dia Antes do Fim (Margin
Call, EUA, 2011), Chandor acompanhou de perto todo o processo, já que seu
pai era consultor da Merril Lynch, corretora que também sofreu os abalos da
crise. Interessado em explorar a relação das pessoas dentro do sistema
financeiro, e, principalmente, como este engole aquelas, o diretor situou a
trama nas 24 horas em que uma informação vital deixa a base e vai até o topo da
hierarquia de um banco. Mostra, assim, como as pessoas são manipuladas,
tolhidas, usadas e descartadas. Mostra como isso afeta a sua maneira de ver o
mundo, e como este mundo está separado do mundo das pessoas “normais”. “Eles
não fazem a menor ideia do que está para acontecer”, diz um personagem em certo
momento, ao observar os pedestres da janela do carro.



É um grande filme. Sem a
pretensão de transmitir mensagens ou ideologias, a narrativa segue sóbria,
discreta, objetiva e, por isso mesmo, elegante. Há momentos breves de humor no
meio da tensão, provocados geralmente por algum comentário sarcástico dos
personagens. Há momentos de silêncio constrangedor devido à espera, à submissão
a uma autoridade maior ou à tomada de uma decisão importante. Para aqueles que
não dominam o sistema financeiro, fica-se a impressão realmente de um outro
universo, onde o vocabulário das pessoas parece ser formado por números no
lugar de letras, e onde o valor de cada pessoa é medido pelo milhão de dólares
que ela fatura. Um dos funcionários novatos pergunta a todo instante ao colega,
à medida que vão sendo apresentados ao alto escalão da empresa, “quanto ele
deve ganhar”. É só o que interessa. O que se deve fazer para chegar lá não
importa. Numa das melhores falas do filme, o personagem de Jeremy Irons, o
chefão Tuld, diz em alto em bom som que “Não foi a minha inteligência que me
trouxe até aqui”.



É a ética – ou a falta dela – o
ponto crucial da trama. Embora rentável, o trabalho envolve pressão permanente
e intensa. Decisões são tomadas visando o lucro, independente de quem terá de
cair, ou de qual cabeça terá de ser entregue aos investidores, ainda citando
Tuld. Há quem discorde, como Sam Rogers (interpretado por Kevin Spacey), e é
curioso ver como ele é o único cuja aparência não tem a máscara saudável do
cinismo. Abalado pela doença da cadela de estimação, Rogers o tempo todo
demonstra um contido cansaço, uma sufocada revolta e uma declarada resignação.
Os outros, ou reagem com cinismo ou limitam-se a realizar cegamente suas
tarefas, não importando as consequências.



E o elenco acompanha com
eficácia, muitas vezes brilho, a visão do diretor. Além do sempre ótimo Kevin
Spacey, Jeremy Irons está impecável como o cínico Tuld. O jeito de andar, os
sorrisos falsamente gentis e as frases de efeito são por ele manipulados com
segurança, e sua presença em
Margin Call ganhou
um magnetismo que enriquece as cenas em que ele contracena com os demais
atores. Já estava mesmo na hora de abandonar os homens frágeis que vinha
interpretando. Generoso, J. C. Chandor ainda oferece a seu elenco bons momentos
individuais, criando falas interessantes para cada um deles, como as de Paul
Bettany no terraço do edifício, ou a de Simon Baker e Demi Moore dentro do
elevador, ou, principalmente, a de Stanley Tucci contando a Bettany, numa
narrativa repleta de cálculos e números, a construção de uma ponte.



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