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Trilogia Suja de Havana
(Fred Di Giacomo)

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Pequenos
contos e crônicas que se entrelaçam formando uma única narrativa, a história de
Pedro Juan e seus vizinhos miseráveis, se virando para sobreviver na ilha. São
na realidade três livros reunidos em um volume. Algumas frases vão criando o
clima de cotidiano na obra: no total vivem 50 pessoas (amontoados no cortiço).
Subo os oito andares até o terraço. (O elevador está sempre quebrado). Não
precisa muito: algum dinheiro, comida, um pouco de rum, charutos e uma mulher.

O
primeiro volume “Ancorado na Terra de Ninguém” é muito autobiográfico, trazendo
um Pedro Juan que parece ter acabado de largar o jornalismo, com alguns amigos
intelectuais, seu filho adolescente e a busca pelo equilíbrio zen. “Nada para
fazer”, escrito cerca de um ano depois, é mais depressivo. O alter-ego do autor
está ainda mais mergulhado na miséria, mais marginal, cínico, transformado
quase num cafetão egoísta. A terceira parte “Sabor a Mi” é a mais ficcional.
Alguns de seus contos nem são narrados em primeira pessoa, os narradores se
multiplicam em uma rica fauna caribenha que vai de traficantes de drogas, à mulher
violentada por ladrões, passando por uma temporada de dois anos de Pedro Juan
preso por se prostituir em Cuba.

Assim
como a maioria de seus personagens, Pedro Juan dá um jeito de sobreviver. Quando
atacado pela polícia (O que há de mais próximo de um delinquente é um
policial), pela fome e por ciclones, ele responde com muito sexo: promíscuo,
sensual, quase ginecológico de tão descritivo. Mulatas, brancas, negras, velhas
e jovens, gordas e magras. Sujas, suadas, cansadas, todas envolvidas em uma
orgia que atravessa as páginas de cada conto. Quando não se escora no sexo,
enche a cabeça de rum, o mais barato que tiver, ou maconha, charutos, ou mesmo
uma simples gargalhada para lhe animar o moral e não fazer como os fracos que
se atiram de cima dos velhos edifícios de Havana. É isso que eu quero: aprender
a rir às gargalhadas de mim mesmo. Sempre, mesmo que me cortem os ovos, diz em
“Esmagado pela merda”, história na qual conhece um velho diabético que teve as
pernas e os testículos amputados graças às diabetes. Segundo Gutiérrez, alguns
autores tem fixação por crimes e arranjam diversas maneiras diferentes de matar
seus personagens. Já ele tem fixação por sexo, e por isso este se torna
personagem principal de sua obra. Talvez o horror à morte aliado à obsessão
pelo ato sexual, esteja incrustado no próprio DNA de sobrevivência de Pedro
Juan. Ele nega a possibilidade da morte, do fracasso, do suicídio, se agarrando
desesperadamente ao prazer de seus orgasmos, em uma atitude freudiana.



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