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A Dança do Arco-íris
(João Anzanello Carrascoza)

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Era
uma vez uma tribo muito antiga que vivia sobre uma planície de nuvens que
planavam no céu azul. Na falta de solo para plantar, os índios se alimentavam
da carne de aves abatidas com flechas, que faziam amarrando em feixe uma porção
dos fios branquinhos que formavam o chão.

Certo
dia, tentando alvejar uma ave, um caçador errou a pontaria e a flecha se cravou
no chão. Ao arrancá-la, ele percebeu que se abrira uma fenda, e pôde ver que lá
embaixo havia outro mundo. Espantado e curioso, trançou uma longa corda com os
fios do chão e, pelo buraco aberto, desceu até o outro mundo. Foi parar no meio
de uma aldeia. Logo uma linda índia apareceu e lhe deu as boas-vindas, tão
surpresa em vê-lo descer do céu quanto ele de encontrar criatura tão bela em um
local tão diferente. Rapidamente fizeram amizade e conversaram por muito tempo.

O
caçador então soube que a região onde ele vivia era conhecida por ela e seu
povo como "o mundo das nuvens", formado pelas águas que evaporavam
dos rios, lagos e oceanos da terra. As águas caíam de volta como uma cortina,
que eles chamavam de chuva. Ao fim da tarde, o caçador despediu-se da moça,
agarrou-se à corda e subiu de volta para casa. Dali em diante, todos os dias
ele escapava para encontrar-se com a jovem.

Um
dia, a jovem deu ao caçador um cristal que havia achado perto de uma cachoeira
e pediu para visitar o mundo dele. Subiram pela corda e, mal tinham chegado lá
nas alturas, descobriram que haviam sido seguidos pelos parentes dela, curiosos
para ver como se vivia por ali. Houve então uma grande festa que selou a
amizade entre os dois povos. Desse dia em diante, começou um grande
sobe-e-desce entre céu e terra, até que, não resistindo, a corda se partiu.

Uma
escada foi então construída e o movimento se tornou ainda mais intenso. O povo da
terra, indo a toda a hora divertir-se nas nuvens, deixou de lavrar a terra e de
cuidar do gado. Os habitantes do céu pararam de caçar pássaros e começaram a se
apegar às coisas terrenas que desciam para buscar.

A
desarmonia não demorou a instalar-se em ambos os locais. O caçador, descontente
com essa situação, destruiu a escada e fechou a passagem entre os dois mundos.
Aos poucos, as coisas foram voltando ao normal. Mas a jovem índia, que ficara com
seu amado, tinha saudade de sua família e de seu mundo Sem poder vê-los,
começou a ficar cada vez mais triste. Aborrecido, o caçador fazia tudo para
alegrá-la. Só não concordava em reabrir a comunicação, pois o sobe-e-desce
recomeçaria e a sobrevivência de todos estaria ameaçada.

Certa
tarde, o caçador brincava com o cristal que ganhara da mulher. As nuvens
começaram a sacudir sob seus pés, sinal de que lá embaixo estava chovendo. De
repente, um raio de sol passou pelo cristal e se abriu num maravilhoso
arco-íris que ligava o céu à terra. Trocando o cristal de uma mão para outra, viu
que o arco-íris mudava de lugar. Muito feliz notou que descobrira a solução
para o problema.

Daí
por diante, quando aparecia o sol depois da chuva, sua jovem mulher escorregava
pelo arco-íris abaixo e ia matar a saudade de sua gente. Se alguém lá de baixo
se metia a querer visitar o mundo das nuvens, o caçador mudava a posição do
cristal e o arco-íris saltava para outro lado. Até hoje, ele só permite a
subida de sua amada, que sempre volta feliz para os seus braços.



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