BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


O ensino de geometria na escola fundamental
(Maria da Conceição F. R. Fonseca)

Publicidade
São várias autoras, quatro Marias e uma Mônica. Todas mestres ou doutoras
em Matemática, todas envolvidas com o ensino superior dessa ciência e com a
formação permanente de professores dessa disciplina. Todas preocupadas com o
espaço que a geometria tem ocupado nas práticas escolares, mais voltadas para o
cálculo, relegando a geometria em último plano.

Esse livro, escrito a dez mãos, resulta de um processo de formação e tem
vários propósitos: narrar a trajetória do Projeto de Formação Permanente em
Geometria para professores do ensino fundamental I, o Pró-matemática, realizado
entre os professores da rede estadual de Minas Gerais das séries iniciais,
atuar como instrumento de estudo na formação inicial e permanente de
professores do primeiro ciclo, atuar como material de leitura e formação e
apoio daqueles que atuam nas equipes de formação de professores nas secretarias
estaduais e municipais do país.

O livro é composto das mesmas três perguntas e consequentemente três
etapas/ capítulos do trabalho da formação dos professores. As formadoras
optaram por um modelo de formação que respeitasse os profissionais da educação,
sua experiência, competências e saberes. Por isso não partiram de verdades
prontas, antes foram construindo com os professores uma concepção de ensino de
geometria amparado na reflexão mobilizada por uma postura investigativa, de
todos os participantes.

A primeira pergunta, que mobilizou a primeira parte do trabalho foi: O
que se ensina de geometria? Para respondê-la, os professores, divididos em
grupos, foram registrando em cartazes os tópicos em geometria por eles
trabalhados nos quatro anos iniciais do fundamental I. Após a apresentação,
discussão e defesa do porquê de se ensinar determinados tópicos. Na etapa
seguinte, ainda da primeira fase, passaram a analisar o que dizem os PCNs no
que se refere ao ensino da geometria. Nova discussão. Na terceira parte,
analisaram diferentes livros didáticos trabalhados na rede: em que se
assemelhavam em que se distanciavam do que é pedido pelo documento federal. Também analisaram os anais do II Encontro
Nacional de Ensino de Matemática. Neles, viram como a pesquisa sobre a
geometria e o ensino dela, bem como a pesquisa sobre a informática como
ferramenta para o ensino da matemática têm estado presentes nos meios acadêmicos,
sem que, contudo, tais informações cheguem aos professores e à escola básica. Por
último, retomaram suas listas iniciais e ao observá-las à luz dos novos saberes
adquiridos, foram encontrando incoerências e lacunas no conteúdo e nas metodologias,
não condizentes com as mais recentes tendências do ensino de matemática.

O segundo capítulo tratou da segunda pergunta: Quais os conhecimentos em
geometria dos professores? Para tanto, as formadoras oportunizaram a discussão
das figuras de linguagem portadoras de vocabulário matemático, pedindo aos
professores que, também em grupos, discutissem os sentidos para os termos
geométricos como círculo vicioso, triângulo amoroso, pessoa quadrada, sociedade
piramidal, ver sob outro prisma, aparar as arestas, personagem plano, sair pela
tangente. Nos momento de socialização coletiva dos significados dados pelos
grupos, as formadoras atuaram ampliando os conceitos dos participantes: o
círculo como uma curva fechada de pontos notáveis, porque todos possuem a mesma
distância do centro; o triângulo é qualquer polígono de três lados e não apenas
os isósceles e os eqüiláteros; pirâmides são sólidos geométricos e não apenas
os monumentos egípcios; ver sob outro prisma implica também em ter uma visão
distorcida da realidade e não apenas ver sob outro ponto etc.

Nesta segunda fase da formação, os professores foram instados a observar
e registrar (desenho) a presença das figuras geométricas nos ambientes. Esse
trabalho os fez perceber a dificuldade que enfrentaram ao desenhar, já que
frutos de uma educação que pouco valor dá aos momentos de desenho. Neste momento,
refletiram sobre o porquê do ensino da geometria, que visa, entre outros, a
percepção espacial e estética (dimensão formativa) e a resolução de problemas –
formais ou não- e o preparo para o trabalho (dimensão utilitária); refletiram
também sobre o espaço que o desenho tem recebido na sala de aula.

Na terceira fase da formação, a pergunta mobilizadora foi: Por que se
ensina geometria? Nesta etapa, os grupos de professores resolveram problemas
relacionados a medidas e grandezas, problemas do cotidiano, como por exemplo,
decidir se um espaço comporta uma piscina de 2000 litros ou duas de
1000 (aqui aprenderam a distinguir volume de capacidade), se a piscina
retangular é preferível à redonda, tiveram de discutir qual a melhor opção:
azulejar ou pintar com tinta impermeável as paredes de um banheiro. Essas questões
tiveram por objetivo exemplificar como os saberes geométricos são necessários a
todos, não importando as opções profissionais. Problematizaram o conceito comum
entre eles, de que apenas os que se dirigirem a profissões que requeiram
conhecimentos geométricos devam ter acesso ao seu ensino.

O livro e o trabalho nele relatado é uma valiosa contribuição para os
professores do ensino fundamental I, que pouco ou nenhum contato tiveram com a
geometria, seja pelo ensino que receberam quando criança ou jovens, seja por
que fizeram Magistério ou Pedagogia, ambos voltadas para metodologias,
legislação educacional, história da pedagogia e teorias sobre aprendizagem ou
porque, as professoras, dedicadas ao alfabetizar das crianças, deixam a
matemática em segundo plano.



Resumos Relacionados


- Educação Inclusiva: Componente Da Formação De Educadores

- Elementos

- Plano Nacional De Formação De Professores Da Educação Básica - Parfor

- Por Que Falham Os Professores?

- A Docência No Ensino Superior: A Unidade Teoria E Prática



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia