Ocupação Territorial da Amazônia
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Países continentais como o
Brasil enfrentam sérias adversidades na ocupação de seu território ao longo do
tempo. Território, vale salientar, é tomado aqui na sua concepção de espaço
definido e delimitado por e a partir de relações de poder, poder este altamente
descentralizado e volátil na delimitação efetiva das fronteiras políticas. A
expansão da colonização brasileira viria a encontrar na Amazônia um obstáculo
natural de grande monta ao adensamento populacional e ao desenvolvimento
econômico, bases da consolidação da soberania de um Estado sobre o seu
território, tanto por sua exuberância de fauna e flora quanto por sua magnitude
espacial.
Frente a essa realidade, o
Estado vai buscar alternativas para dinamizar os fluxos na região, tentando
conectá-la aos circuitos econômicos existentes ou, no caso do ciclo da
borracha, aproveitar o surto de interesse por um determinado produto no mercado
internacional.
A
colonização brasileira e a última fronteira
Durante séculos, a
ocupação do Brasil se deu à margem das disputas de poder na Europa,
particularmente com o início do Estado Moderno de Portugal, e, mais tarde, com
a relação de quase tutelagem econômica com a Inglaterra. Tal contexto relegou a
nossa colonização a um papel meramente exploratório do espaço em busca de
matérias-primas de interesse da Metrópole e dos mercados da época. Em que pese
a importância da exploração da cana-de-açúcar, sucessor do incipiente ciclo do
pau-brasil e antecessor do fugaz ciclo do ouro, vimos a ocupação do território
brasileiro ser feita inicialmente apenas pelo litoral, “arranhando as costas
como caranguejos”, com o agravante de ter dentre os homens voltados para essa
tarefa pessoas que, em relato do Padre Manuel da Nóbrega, em carta de 1552, “de
quantos cá vieram, nenhum tem amor a esta terra”
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