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Por Que Arte-Educação?
(João-Francisco Duarte Júnior)

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Dentro do currículo escolar, sempre estiveram presentes as aulas de arte, entretanto, nem sempre difundiram um valor significativo. Essas aulas sempre foram consideradas como um período de lazer durante o tempo que passamos na escola, onde eram trabalhados apenas desenhos e, por muitas vezes, eram vistas como “bagunça”. Era o único momento onde os alunos podiam expor opiniões, baseando-se em sentimentos.Para entender todo o processo de aprendizagem é preciso saber “Como”, “O que” e “Para que” aprendemos. Isto, referindo-se aos seres humanos, pois, diferente destes, os animais, através de experimentos, adaptam-se a novas situações para manter-se vivos. Isto nos faz pensar em situações rotineiras que nos exigem adaptações para desenvolver habilidades que, futuramente, serão necessárias em tarefas de sobrevivência para garantir a vida. Entretanto, o conceito de aprendizagem do homem está muito além, estabelecendo conexão entre símbolos e palavras. Existem dois fatores cruciais no processo de aprendizagem humana: as vivências e as simbolizações. Através de palavras, damos significados ao que sentimos e vivemos.O simbolismo de palavras, designando pensamentos, surge com a necessidade de se comunicar dentro da sociedade. Esta comunicação é desenvolvida e aprendida através da socialização de cada cultura, onde está inserida a fala, idiomas,valores, religião etc. Através dessa cultura na qual o indivíduo está inserido é que o mesmo vê, sente e interpreta o mundo.Em culturas primitivas – indígenas, por exemplo – os saberes são transmitidos dos mais velhos aos mais jovens. Isso se dá através das experiências. Já no mundo “civilizado”, existem diversas culturas em um mesmo ambiente, as subculturas. Nestas, as emoções são separadas das experiências, da razão e do pensamento.Dentro do processo civilizatório, o conhecimento passa por uma ampliação, surgindo então novos conhecimentos, sendo necessário especialistas para atuarem nas diferentes áreas. Assim, surge a escola, lugar onde os jovens aprendem os conhecimentos práticos, devido sua finalidade ser de prepará-los para atuarem como profissionais na sociedade industrial, uma educação pragmática. Porém, isso é voltado apenas para os jovens de baixa renda, enquanto os das classes dominantes aprofundam seus conhecimentos teóricos.O homem agrupa-se em sociedade para viver e obter um meio de sobrevivência. Nessa sociedade, é possível observar que a linguagem é refletida nas artes, isso porque a mesma é um fenômeno presente em todas as culturas. A linguagem “quebra” o nosso sentir, atribuindo-lhe conceitos, porém, não possui a capacidade de expressá-lo. Somente a arte consegue fazê-lo. Quando visualizamos a obra de um determinado artista, vemos sua expressão, a qual é,diferentemente, interpretada por cada um. A partir da arte é possível tornar concreto o mundo dinâmico do “sentir” humano. A partir deste mundo, de criações, criamos as exatas, humanas e biológicas, ou seja, termos escritos, verbais e não verbais, exprimem e expressam sentimentos que compartilhamos com os outros, tornando-nos sociáveis. O sentido de cada uma dessas obras não possui um significado, pois, para a arte, o sentido expresso é intraduzível.Ao criar, nega-se o existente para propor o novo, criando-se fórmulas para ser definido aquilo que nos rodeia, tentando assim, criticamente, formular nossas ideias, em todas as áreas.É natural do ser humano julgar bonito o que, subjetivamente, entende-se por belo e/ou bonito. No entanto, é subjetivoporque, o que acho bonito pode não ser aos olhos de outra pessoa. Com isso, é possível afirmar que “o sentido da obra de arte é dado fundamentalmente pelo espectador”.Se pensarmos em uma civilização racionalista, veremos que existem mudanças todo o tempo. Para que isso ocorra, é preciso que deixemos de ser observadores para nos tornar críticos, para comparar obras de arte, criar nossas próprias e, depois, aprendermos a dos antepassados. Da mesma maneira que escrevemos apenas quando já dominados a língua, e não ir hipertrofiando pensamentos não querendo acreditar que somos racionais e criativos nas três áreas do conhecimento.Arte-educação não é apenas “incluir a disciplina no currículo escolar”, é um modelo educacional fundado na construção de um sentido pessoal para a vida, que seja própria para cada educando, ou seja, como dito anteriormente, sua interpretação é subjetiva.É preciso valorizar as aulas de arte, não permitindo que a mesma seja apenas uma disciplina “decorativa” no currículo. Oarte-educador precisa ser o mediador entre o objeto de arte e o educando, não deixando que a televisão, por exemplo, seja o único meio de cultura, apresentando aos alunos as suas tradições culturais. É necessário se recuperar – tanto por parte dos alunos, como dos professores – a expressão pessoal.“A educação, especialmente no campo artístico, não é uma atividade ‘neutra’, mas implica a expressão pessoal de valores, sentimentos e significações”.



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