Resumo de Xangô o Orixá Rei - Eduard M. M. Costa

As lendas em sua maioria trazem em si elementos de alta sabedoria dos antigos povos e culturas, as quais traduzem não só a energia da comunicação espiritual, os modos e formas de elevação espiritual (caminhos ou Odús), além de vários conhecimentos a respeito da magia, das virtudes, do bem viver, entre tantas outras filosofias. Assim, como toda lenda, dito popular ou parábola, as lendas de Xangô apenas traduzem os princípios espirituais necessários a todos os espíritos que se encontram em evolução e que são regidos por ele (o Orixá Xangô), sendo ele um espírito primordial (Ministro de Deus Criador, ou o Todo universal, a lei da Causa e Efeito). Esses princípios espirituais são fundamentados em variadas características positivas (que elevam o espírito a Deus, levam à luz) e negativas (que atrapalham a consciência espiritual, prendendo o espírito à matéria através do apego e dos defeitos ou das faltas de virtudes). De uma forma ou de outra, o Orixá Xangô é facilmente compreendido como sendo um espírito de grande evolução espiritual, com muita luz (como falava Jesus: sois deuses, brilhe a vossa luz!), que rege todos aqueles (denominados de filhos de Xangô) espíritos (encarnados ou não encarnados) que trazem em si as características psicológicas e físicas, positivas e negativas, representadas nos elementos regidos por este Orixá, como o é o elemento fogo e, também o elemento ar. Ou seja, o Orixá Xangô pode ser claramente compreendido como um espírito de alta evolução que está no intermediário entre o Criador e a criatura (os seres humanos, e vários outros elementos da natureza, como pedras, montanhas, etc., de forma similar aos anjos cabalísticos), que mostra os males interiores que cada um tem dentro de si e o que deve mudar no interior, assim como mostra o caminho (Odú) para se melhorar, desenvolvendo as virtudes, e assim, evoluir espiritualmente que é a meta de todos os espíritos criados por Deus (ou Olorum, na língua Yorubá). Da mesma forma que ocorre com o Orixá Xangô, ocorre com cada Orixá e seus filhos respectivos: Iemanjá, Oxum, Oxumarê, Ogum, Oxalá, etc. Dessa forma, percebe-se claramente que as lendas são simplesmente formas usadas por todas as culturas para que a sabedoria dos antigos perpasse o tempo, sem se perder ou ser esquecida, e em algum momento, alguém consiga traduzir e compreender a essência da vida, da evolução espiritual e da magia.

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