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Mulher Certa
(Sándor Márai)

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A
Mulher Certa de Sándor Márai conta-nos a historia de um triângulo
amoroso, que ocorre no século XIX na Hungria.
Apesar
das referencias de época e do autor fazer uma descrição minuciosa
e exaustiva tanto das personagem como da sociedade Hungara do século
XIX, alias como ele já nos habituou, não deixa de ser um romance
intemporal.

O
livro conta a a historia de três personagens que vêm de mundos
diferentes: Marika filha de aristocratas húngaros é casada com
Péter um alto burguês que se apaixona pela empregada Judit. O que
enrique-se este romance não é o triângulo amoroso, mas sim a
perspectiva que cada personagem tem do seu lado do triângulo.
Sándor
Márai descreve de uma forma primorosa a visão de cada personagem
nunca se esquecendo do seu sexo, idade, origem, passado integrando-os
de uma forma primorosa na sociedade da época.
O
romance começa com a narração de Marika e nela o autor faz um
traço perfeito do psicológico desta personagem. Uma bela
aristocrata, sedutora e educada que casa com um burguês que
inicialmente lhe oferece uma vida de sonho. Ao longo da narrativa um
discurso de uma mulher insegura torna-se mais frio e objectivo, a
personagem vai contando como o seu casamento terminou e perdeu o
homem da sua vida.

Na
segunda parte Peter relata a sua visão da história. Um alto
burguês que nasceu nobre, apresenta sentimentos nobres e tem
motivações na vida mais fortes que o dinheiro. Peter reprova o
exibicionismo dos novos riscos. É nesta sociedade em mudança que
Peter se apaixona por Judith. Ele encara este amor como algo selvagem
sem regras e que o faz sentir livre. No final da narrativa Peter
apercebe-se que a ingenuidade inicial de Judith transforma-se em
ganância e

sede
de poder.

A
última parte que foi acrescentada mais tarde é a narrativa de
Judith que conta a historia ao amante. Ela conta como sempre quis
subir na vida e todas a suas atitudes perante Peter nunca foram
ingénuas como pareceram aos 2 primeiros narradores.
A
mulher certa é um livro que nos fala desilusão, solidão e
desencantos. Pois todas as personagem se apaixonaram e todas terminam
desiludidas e vazias. Na busca pela felicidade tanto Marika como
Peter aceitam que numa relação nunca há igualdade de sentimentos,
pois um ama sempre mais que o outro e o que ama menos domina, mas
mesmo assim não conseguem manter os seus amados.
Um
romance que não deixa ninguém indiferente, é um livro que nos
apaixona, vicia desde a primeira linha e nos faz pensar afinal o que
é a mulher / o homem certo.



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