Inteligência, inteligências e capacidade de aprendizagem.
(César Coll; Álvaro Marchesi; Jesús Palacios)
A
obra Desenvolvimento Psicológico e
Educação, uma das mais completas e atualizadas que descrevem o processo
educativo, incorpora os avanços mais importantes alcançados durante esses anos
no que diz respeito à compreensão dos processos psicológicos envolvidos no
processo ensino-aprendizagem, a construção do conhecimento em sala de aula, a
importância dos conteúdos escolares e as relações entre o ensino escolar e o
ensino em outros contextos.
Primeiramente,
faz-se importante destacar os estudos de Binet e Simon (1905) que elaboraram o
famoso teste de QI e a Escala Métrica da Inteligência a fim de diferenciar
alunos que não aprendem por conta de serem portadores de transtornos de
aprendizagem daqueles que não aprendem por responsabilidade de fatores
externos. Esse teste busca medir diretamente os traços complexos na procura das
diferenças individuais, e seu resultado se calcula por uma fórmula que
multiplica a idade mental por cem e a divide pela idade cronológica.
Dentro
desse mesmo contexto, Sternberg (1980) descobriu as perspectivas do
processamento humano da informação, que descrevem detalhadamente o
funcionamento intelectual através de metacomponentes: componentes de execução,
de aquisição, de retenção e de transferência.
Através
da teoria triárquica da inteligência, Sternberg (1985) propôs que para
entendê-la é preciso compreender primeiro sua relação direta com três aspectos
– o mundo externo do indivíduo, o mundo interno do indivíduo e a junção dos
dois mundos.
Sem
dúvidas, uma das contribuições mais significativas para o tema, foi a
desmistificação do fato de as boas notas obtidas pelo aluno dependerem de sua
“inteligência”, mas sim da junção de suas múltiplas inteligências –
Linguística, Lógico- matemática, Espacial, Musical, Corporal – cinestésica,
Interpessoal e Intrapessoal- que formam uma hierarquia. (Gardner, colaboradores
1983, 1993, 1995, 1999).
Outra descoberta a se destacar
é a da “Inteligência bem sucedida”, que faz a diferença na vida de qualquer
pessoa. Criada por Sternberg (1985), que a utilizou para ampliar a teoria
triárquica, ela prega três aspectos básicos para a vida: a análise, a
criatividade e a prática.
Ao professor é muito
importante conhecer bem a respeito de Psicologia e das questões psicológicas
ligadas à aprendizagem, para que possa desenvolver sua prática pedagógica
embasado no contexto da realidade do aluno, ciente de que podem existir
quaisquer problemas para enfrentar junto a ele no período escolar e quais
alternativas existem para vencê-los.
Todas essas descobertas, se
bem utilizadas, podem contribuir muito para a Educação, pois através delas é
possível entender o que de fato acontece com o cognitivo - principalmente com o
passar do tempo da idade - e aproveitar a vantagem de cada mudança para
investir em questões educacionais, para inovar nos métodos e nos conteúdos. Tirar
proveitos pode melhorar muito a aprendizagem e, consequentemente, torná-la mais
prazerosa.
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