Todas as coisas são palavras
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Se eu vou pensar um discurso, ao pensar um discurso eu uso
da própria linguagem pra dividir o discurso. Eu problematizo o discurso usando
o próprio discurso. A palavra não traduz com perfeição absoluta a exatidão. Nós
vamos usar uma ferramenta com falhas, pra explicar falhamente uma interpretação
com falhas. A palavra se torna legítima não só pelo contexto em que
se encontra, mas pelas escolhas das demais palavras, portanto, o uso de gírias,
as maneiras informais podem enfraquecer uma ideia num meio científico.
Às vezes entendemos que não é legal dizer tudo o que se
pensa. Há o problema de lidar com historias polemicas pelo fato de que nós
temos opniões, deve saber como um contexto permite dizer aquilo que se pensa.O saber que um advogado tem para falar de leis é o poder
de legitimação, independente do quanto um leigo em direito saiba sobre as leis
e os argumentos que essa pessoa pode ter, a sociedade vai pagar para ouvir o
advogado falar.Ex: o cristianismo conseguiu tornar o sexo um tabu por
dizer tanto sobre o assunto. Isso modificou a forma em que homens ou mulheres
tratam o assunto. Foucault não se preocupa com a questão de gêneros, mas com a
questão de instituições. A ordem do discurso é como um discurso pode ser descaracterizado.
O discurso é marcado pelas relações que o individuo tem com a sociedade.Quando as coisas novas aparecem, aquelas que não tem
nome, mas precisam ter, são chamadas de coisas. A partir do momento que se
chama de coisa, é uma palavra, ou seja, trás para o seu mundo de conhecimento
essa coisa, nada existe em vc algo que a linguagem não abrace. Deverão usar da
palavra os desejos dos sentidos. Só se posse desejar na leitura aquilo que se
deixa desejar, só aquilo que a linguagem te permite a desejar.Tudo o que se produz é aquilo que é possível produzir, é
o resultado do possível dado ao conjunto de restrições, de impedimentos.
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