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Preconceito na TV - Fantástico e a incrível fabrica do "coitadismo"
(Amauri Nolasco Sanches Junior)

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Uma
amiga perguntou no seu Facebook: “Quando
podemos ser vistos como pessoas ordinárias?”.
Uma
pessoa ordinária, é uma pessoa comum que faz todas as coisas que
todo mundo faz. Essa pergunta foi feita por causa de uma reportagem
do Fantástico que ainda colocava a condição de cadeirante como uma
desgraça, o apelo emocional fica por conta da seleção de futebol
brasileira chorando com a mensagem: “Agradeçam que vocês andam,
porque poderiam ser sofredores como esses cadeirantes que não podem
andar!”.

Bem,
podemos colocar o problema desse tipo de fala no estereotipo que as
pessoas fazem do cadeirante, e porque não, parafraseando uma
filosofa francesa chamada Simone de Beauvoir, ninguém nasce
deficiente; torna-se. Ninguém nasce com limitações e essas
limitações são rotuladas como deficiência, porque deficiência
acaba sendo apenas um rotulo que damos a alguma coisa. Somos sempre
mostrados como pessoas que não podemos ser felizes porque não
fazemos o que as outras pessoas fazem, ou melhor, “acham” que não
podemos fazer. Podemos sim ter desejos, podemos sim amar, podemos sim
namorar, podemos sim casar, podemos sim trabalhar, podemos sim ser
felizes e ninguém pode falar se não sabe como isso fosse verdade
absoluta. Ninguém nasce deficiente porque a palavra se adjetivou
como se fossemos “anjos”, na verdade, nos puseram como deuses,
criaturas divinas que não podem nos mostrar como cidadãos comuns,
porque não somos, somos “especiais”. Como acontece dentro dos
estádios que não podemos ficar em pé, não podemos achar uma mulher
ou homem interessante e conversar (porque daí vem o pensamento que
esse homem ou essa mulher é aproveitador), a mulher com deficiência
não pode estar gravida que vem logo a imagem do aproveitador
também, entre outras coisas que há uma imagem muito forte do senso
comum.

Somos
ordinários e não somos nem um pouco pessoas que estamos fora da
biologia humana, estamos sempre dentro das emoções, opiniões e
desejos como qualquer cidadão, como seres humanos que querem ser
apenas, humanos. Não queremos ser exemplo de “superação” como
se fossemos obrigados a fazer as 12 tarefas, igual Hércules, para a
sociedade nos reparar e essa reparação ser reconhecido como alguém
que superou, que tirou todas as dificuldades para vencer. Vencer o
que se estou onde estou por causa do meu querer? Minha vontade é
apenas minha, minha realização é apenas minha e só quero ser um ser
humano e viver, só isso. Não sou exemplo e nem quero ser, porque
tenho defeito e tenho qualidades, apenas um humano, um ser, um corpo,
mil desejos e pensamentos, mil escolhas.

Vamos
acordar?



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