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“Eufemismos” da inclusão – a terra dos “duendes da superação"
(Amauri Nolasco Sanches Junior)

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“Eufemismos”
da inclusão – uma viagem encantada a terra dos “duendes da
superação”
Eufemismo
vem do grego “euphemismós” que tem os elementos “ev”
(bem, bom) e “phemi” (falar) e é uma figura de linguagem. São
figura de linguagem algo que o escritor usa para surtir efeito a quem
está lendo, é mais ou menos um catarse. Mas o que é eufemismo? É
o bem falar para traduzir o que se quer dizer como uma maneira de
parecer não grosseiro, como substituir negro por afro descendente,
como homossexual por homoafetivo e por ai vai. O que mais intriga é
o porque substituir deficiente por pessoa com deficiência e ter essa
pomposidade num fato da vida – porque a deficiência é um fato em
si mesmo e não pode ser negado – porque se você nega a
deficiência, você estará negando a fraqueza humana e uma condição
que todo mundo está sujeito.



Deficiente
é um sujeito que não é eficiente em algo, porque na frente do
eficiente está o “de” em sentido de negação. Por exemplo, ha
muitas pessoas deficientes de ser matemáticos, porque não são
eficientes dentro do pensamento matemático e nem é uma disfunção
de nada, só se não é eficiente naquilo que não se tem persuasão
de não ser. Eu sou deficiente por não ter equilíbrio – por causa
da paralisia cerebral não tenho noção de espaço que consiste a
minha deficiência – e sem o equilíbrio não posso andar como as
outras pessoas, mas contido na deficiência que é um fato, está em
si naturalmente a pessoa. Então, por que frisar pessoa se na
deficiência está só contigo a ineficiência de uma condição? O
mesmo se pode dizer que não dá para dizer usuário de cadeira de
rodas com a mesma rapidez que cadeirante, porque é apenas uma
abreviação que encontraram para abreviar o termo. Só. Não tem uma
conotação que muitos repetem, de dominação.



É
fácil dominar pessoas idealistas, só mostrar o mundo que elas
querem ver, mas é só um idealismo, nada mais. Não se tira um
preconceito de seculos com mudanças de linguagem e isso é lógico,
porque não se conscientiza com palavras e sim, se conscientiza por
atos. Inclusão não pode ser um conceito, ela é feita de atos e se
as pessoas são chamadas de deficientes ou pessoas com deficiência,
não vai mudar o fato das pessoas se aceitarem ou a sociedade. Porque
o principio da inclusão é aceitação e a primeira aceitação é
nossa em aceitar o fato de sermos deficientes e temos que viver com a
deficiência, o resto acaba sendo demagogia e não aceitação de uma
condição que vai te perseguir a vida toda.



Vamos
nos aceitar?



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