A Construção Social do Genero na Biologia
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Resenha: A Construção Social do Gênero
na Biologia: preconceitos e obstáculos na biologia
molecular
Neide
M. Osada
Maria
Conceição da Costa
O
objetivo do paper de Osada e Costa é discutir a participação feminina e o
estatuto do gênero dentro de áreas correlacionadas a pesquisa em biologia
molecular no estado de São Paulo.
Para
este fim, as autoras se valeram de entrevistas semi-estruturadas e da analise
desta participação no Projeto Genoma Fapesp (PGF), bem como de outros dados relativos
a demais instituições de ensino em biologia e áreas afins.
A
discussão se insere dentro da discussão ciência iluminista x ciência enquanto
construção social, sendo que a biologia seria um reduto onde imperaria uma
concepção de ciência fria e impessoal. Assim, mulheres seriam avaliadas da
mesma forma que os homens, o que seria um desfavorecimento para as primeiras.
Em
primeiro lugar, cabe colocar que a presença feminina nos cursos de graduação e
pós-graduação é equitativa em relação aos homens. No entanto, as autoras
observaram uma predominância masculina na obtenção de bolsas de pesquisa e
posições de chefia. E por que isto ocorreria?
As
autoras colocam a questão da maternidade como grande fator explicativo. Em
geral, a idade em que as mulheres se encontram cursando a pós-graduação,
coincide com sua idade reprodutiva, e, portanto, é considerável a incidência de
mulheres que engravidam.
Quando
isso ocorre, a mulher deve se afastar da pesquisa, ocorrendo também à
interrupção da bolsa. E quando retornam a pesquisa geralmente já avançou, sem
que elas pudessem acompanhar. E alem disso, a necessidade de cuidar de um
filho, as impede de realizar viagens, dificultando a integração e a atualização
em seus campos de estudo.
Por
estas razões, as autoras do paper defendem que homens e mulheres não deveriam
ser avaliados da mesma maneira, pois os homens teriam menos obstáculos para
avançarem em suas carreiras, o que estaria evidente na discrepância entre o
numero equitativo de mulheres e homens nos cursos de graduação e pós-graduação
e na predominância masculina nas posições mais elevadas das equipes de pesquisa.
Referencias:
OSADA, N. M.; COSTA, M.
C. A construção social de gênero na Biologia: preconceitos e obstáculos na
biologia molecular. In: Seminário Internacional Fazendo Gênero, 7. , 2006,
Florianópolis. Anais... Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina;
Universidade do Estado de Santa Catarina, 2006.
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