Onde Está A Morfologia
(Stephen Anderson)
A proposta de Anderson (1982) dá à morfologia um papel importante. Esse autor considera que no processo de formação e apresentação das palavras nas sentenças, há regras operacionais que são processadas por regras que estão fora da estrutura dessas palavras. Apesar de muitas dessas regras serem motivadas por operações necessárias e inerentes à sintaxe, diz Anderson, não é possível afirmar que um elemento da estrutura morfológica seja referido por princípios sintáticos. Para defender essa afirmação cita exemplos da língua X de concordância da preposição com o NP gerado em posição de objeto de P0. Para Anderson, processos de concordância como esses tem função independente na sintaxe.
Uma importante característica desse modelo é a distinção, a que já remeti em um momento anterior, que ele faz entre e morfologia flexional e morfologia derivacional e morfologia flexional. De acordo com as descrições tradicionais para essas duas morfologias, a primeira determina diferenças dentro do paradigma de uma única palavra enquanto a segunda gera novos itens lexicais a partir de itens lexicais primários.
Como Anderson argumenta, não está claro quais são os critérios que se tem em mãos para classificar os limites de um paradigma. Na ausência desses critérios, a hipótese que o autor segue é a de que se deve considerar como flexional os elementos das palavras que são relevantes para a sintaxe: ?morfologia flexional é o que é relevante para a sintaxe? (p. 587). É papel da sintaxe, nesse modelo, combinar ou atribuir traços flexionais às palavras (ou radicais) já formuladas por regras derivacionais. Uma regra de spell-out ordenaria essas peças em um momento pós-sintático, ou seja, após a derivação. Com esse conceito, Anderson oferece uma postulação ainda lexicalista de formação de palavras (com base num léxico com capacidades gerativas), mas atribui à sintaxe funções importantes nesse processo. Nesse caso, a sintaxe manipularia elementos pertinentes à flexão das palavras
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