BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Orientalismo, O Oriente Como Invenção Do Ocidente
(SAID, EDWARD W.)

Publicidade
ORIENTALISMO, O ORIENTE COMO INVENÇÃO
DO OCIDENTE
EDWARD W. SAID



O recentemente falecido, o pensador, professor de
literatura na Universidade de Columbia, em Nova York.e escritor palestino,
nascido em Jerusalem, Edward Said marcou o rumo do pensamento contemporâneo com
este livro, publicado em 1978, deixando em evidência os mecanismos de dominação
e de montagem de imagem que são e foram aplicados nos processos de colonização.
Este livro é seminal para o início de novas disciplinas cientíricas como são os
Estudos Pós-Coloniais e a Teoria Crítica das Raças. O achado teórico de Said, e
que tanto influiu nos estudos humanísticos pós-modernos não diz só sobre o
passado, não se coloca como uma ferramenta crítica que permita ao historiador
da cultura ou aos estudos literários compreender melhor o passado, ele sustenta
que esse procedimento, chamado aqui invenção
do outro, mantém sua vigência até hoje, servindo como instrumento de
dominação.

.


Ele mostra como a representação que Ocidente fez de Oriente, com muita pouca
relação com a realidade, e argumenta que essa representação _ que foi aceita
com naturalidade pela comunidade científica e pelo imaginário popular
ocidental_ foi necessária para que o Ocidente se (auto)definisse _encontrando
um Outro, o oriental, que ajudasse, por
diferenciação, a se conhecer e elevar a si mesmo_ e legitimasse seus
interesses colonialistas. Do O Dezoito
Brumário de Luiz Bonaparte, de Karl Marx , utiliza a frase: "Não podem
representar a si mesmos; devem ser representados", assim com Oriente,
eterno, homogêneo e incapaz de se definir a si próprio;se referindo aos povos
que os Europeus iam conhecendo e colonizando, utilizando o critério de
descoberta e não o de encontro que conhece . Outra citação que ajuda a
metaforizar de forma concreta sua demonstração é a extraída de Tancredo, de Benjamim Disraeli: "O
Leste é uma carreira". Outros autores como como Homero, Nerval, Flaubert,
Kipling entre muitos outros, permitem a Said inscrever, na literatura
universal, e nela encontrar subsídios para sua argumentação, apoios para sua
tese em descrições, personagens, cenas, roteiros e imagens que em muito
contribuíram para a idéia exótica e romântica que o Ocidente tem do Oriente.
Com brilhantismo, o efeito persuasivo da escrita de Saer é poderoso sobre o
leitor.



Para
sua demonstração o autor realiza uma descrição muito fundamentada dos processos
de formação dos estereótipos sobre Oriente_ aberrante, subdesenvolvido e
inferior. A tese central de Said es que o Oriente é uma invenção ocidental, uma
espécie de imagem refletida no espelho para legitimar a identidade
eurocentrista e discriminatória do Ocidente_ racional, desenvolvido,
humanitário e superior. Suas perguntas chave, e que tocam o leitor são: Como representamos
outra cultura? O que é outra cultura? Podemos definir o que é cultura quando
pensamos na diferença racial, religiosa, social ou as elaborações teóricas
sobre o tema sempre são interessadas, prontas para autodefinir a cultura
própria no que deve ser preservado e defendido da hostilidade e agressão da
outra desconhecida? E qual é o papel do intelectual que, atuando como mediador,
propõe-se a traduzir, em termos lingüísticos, semióticos e culturais uma
cultura para outra? Em que medida, pergunta-se o autor e nos perguntamos os
leitores, esse mediador dá fundamentação ética e teórica aos processos de
colonização e domínio que envolvem sempre procedimentos genocidas?

Edward Said pergunta como é que a filologia, a
história, a biologia, a teoria económica e política, a literatura serviram e
servem utilizando seu instrumental crítico e teórico para elaborar essas idéias
preconcebidas do que é o Outro _ temido, perigoso e por isso mesmo alvo de
políticas de pacificação_ comenta uma série de textos e documentos, mostrando o
discurso orientalista através de pronunciamentos políticos, relatos de viagem,
estudos sobre a religião, ageografia e a história e mais especialmente as
obras literárias de alguns poetas romancistas europeus fascinados por um
Oriente distante e desejado que integra o imaginário do homem ocidental.



Resumos Relacionados


- Identidade E Diferença: Uma Introdução Teórica E Conceitual

- Primeiras Lições Sobre A Sociologia De P. Bourdieu

- O Espaço Público E Sua Representatividade

- Literatura Clássica

- Imperialismo: Práticas E Permanências



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia