The Eumenides
(Aeschylus)
Tragédia. Terceira e última peça da trilogia de Ésquilo Oresteia. Orestes aparece junto do altar do templo de Apolo em Delfos, onde se refugiou. À sua volta estão as Coéforas ou Fúrias, dormindo, à sua espreita. O fantasma de Clitemnestra aparece e excita as Fúrias, mas uma intervenção de Apolo impede que elas façam mal a Orestes. As Fúrias acusam Apolo de cumplicidade criminosa por terem salvado Orestes, um notório criminoso, protegendo-o. Todos concordam, eventualmente, em levar o caso a Atena para que o julgue. A cena muda-se para o templo de Palas Atena em Atenas. Após ouvir as alegações rivais, Atena nomeia um júri de cidadãos atenienses. A votação tem lugar. É um empate. Atena dá o voto de desempate em favor de Orestes, que fica assim absolvido para todo o sempre de qualquer culpa. As Fúrias abandonam gradativamente seu papel de vingadoras e se tornam as Eumênides, protetoras e amigas da humanidade. Em sua trilogia, Esquilo buscou fundir em profundidade os conceitos de justiça divina e justiça humana. Ao exortar os doze jurados, Atena exclama: _ Não sejais injustos! Que nenhum homem se sobreponha à lei nem seja vítima de tirania! Esquilo dá assim escopo ao orgulho dos atenienses. Atena diz à corte que continue fazendo justiça, consignando assim uma estrutura divina ao Areópago, o tribunal que os atenienses encaravam como a verdadeira pedra de toque de seu estado democrático. O júri que julga Orestes fica dividido meio a meio, como, aliás, pede a justiça neste caso. Orestes estava certo, segundo a tradição, em vingar o assassínio do pai, mas foi cruel e criminoso ao matar a mãe. Atena tempera a justiça com compaixão e liberta Orestes. Aqui reside a visão de Esquilo sobre a questão do bem e do mal. Ela se aproxima do enfoque cristão. O homem, movido por forças internas e circunstâncias externas, é levado contra a sua vontade a praticar o mal, mas sua redenção é viabilizada por algo mais parecido com o amor do que com a justiça.
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