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O Ouro
(BLAISE SENDRARS)

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O OURO-










O OURO-




Blaise Cendrars







Blaise Cendrars, poeta suíço, só
a título do registro de nascimento, pois fugiu de casa aos 16
anos e desde então errou pelo mundo exercendo os mais diversos
ofícios para sua sobrevivência. Numa dessas aventuras
ingressou na legião estrangeira e perdeu um braço numa
guerra. Sempre desdenhou o apego às coisas materiais, ao
acúmulo de dinheiro. Talvez daí o seu interesse em
contar a intrigante história do General Johann Algust Suter, o
primeiro multimilionário dos Estados Unidos, segundo as
próprias palavras de Cendrars. Aquilo que seria apenas um
árido relato nas mãos de um escrevedor de biografias,
tem um colorido todo especial ao ser contado pelo poeta Cendrars. Em
sua concisão poética descreve o estado em que Suter
sobe a bordo para Nova York: falido, fugitivo, errante, vagabundo,
ladrão, escroque. Em outra passagem, para descrever o sol do
oeste e o estado de espírito de Suter ele fala de um sol como
um pêssego que se derretia.
A história de Johann Suter
começa a ser contada a partir de maio de 1834, quando ele
deixa a mulher e quatro filhos na Basiléia e parte para o novo
mundo em busca de fortuna. Não havia outra saída para
ele uma vez que os negócios de sua família, a
fabricação e venda de papel, faliram. As dificuldades
de Suter começam quando ele tenta conseguir um passaporte que
lhe é negado. Atravessa a fronteira da Suíça à
pé e conseguindo dinheiro das maneiras mais insólitas
possíveis chega em Paris onde com papeis fajutos consegue uma
soma de dinheiro em um banco. De barco em barco consegue chegar no
porto do Havre. Finalmente embarca num vapor e em 7 de julho, numa
terça feira, de 1834 o obstinado Suter chega em Nova York.
Consegue um emprego e fica na cidade o tempo suficiente para juntar
uma soma em dinheiro e para se inteirar das histórias contadas
por aqueles que chegam de suas aventuras no sul do país.
Suter parte para Saint-Louis
capital do Missouri. Aí se estabelece como comerciante e dono
de uma pequena propriedade que se torna um entreposto obrigatório
para os que vão se aventurar e pelos que voltam de aventuras
das terras virgens da América. Depois de ouvir tudo que queria
e precisava para sua nova empreitada, Suter se associa com mais
alguns pioneiros, vende sua propriedade e parte para o oeste
selvagem, repleto de índios em guerras constantes. Poucos se
aventuravam a ir para o oeste por causa dos grandes obstáculos
a serem vencidos o maior deles o longo e selvagem percurso. Nada é
capaz de desanimar Suter e tirá-lo de sua meta. Todos vão
desistindo ou morrendo pelo caminho, mas Suter consegue, finalmente
chegar, na Califórnia que ainda estava sob o domínio
mexicano.

A Califórnia era um palco de
litígios, cobiçada pelos mias diversos interesses.
Suter sabe muito bem entrar nesse jogo de interesses e procura tirar
proveito dessa guerra interna constante. Depois de lutar pela
preservação de posse do território ao lado dos
mexicanos é condecorado capitão e consegue uma
concessão para explorar por dez anos uma imensidão de
terra no vale de sacramento onde funda a Nova Helvécia.
Monta um exército particular
para defender suas posses e começa a transformar um lugar
desabitado e hostil num grande centro produtor que exportará
seus produtos para a América e Europa. Abre estradas, constrói
diques, pontes, eclusas, moinhos e seu nome começa a
atravessar fronteiras e os banqueiros mais importantes dos Estados
Unidos e da Inglaterra lhe abrem os cofres. Suter é nome forte
e influente em todos os cantos. Nada mais pode lhe barrar os
propósitos. Nada? É aí que entra o cruel destino
e a história toma as rédeas.

Enquanto Suter, em sua casa
devaneava sobre sua imensa fortuna e o quanto ela ainda cresceria, um
de seus empregados, ao dar com a picareta no solo onde seria montado
o primeiro moinho a vapor dos estados Unidos, sente bater num
estranhho metal dourado, era uma pepita de ouro. E esse golpe de
picareta faz desmoronar todo o império de Suter. Para sua
desgraçada sorte, suas terras eram montanhas de ouro. A
notícia deixou o vento para trás e em pouco tempo suas
terras eram invadidas por hordas infindáveis de aventureiros
em busca do ouro. Todos os seus empregados, desde o mais graduado até
o menor de todos, o deixaram e correrem para as minas. Não
havia mais ninguém para cuidar das plantações e
animais. Tudo ficara abandonado.
Suter ainda move um processo contra
a União pedindo indenização por todas as suas
perdas e termina como um mendigo lunático às portas do
tribunal em Washington contando a quem quisesse escutar sua
inacreditável história.



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