António Lobo Antunes   
(Rui Barbosa)
  
Romancista que tem já 26       anos de obras publicadas, candidato, por várias vezes ao       Prémio Nobel da Literatura, tendo ganho já o Grande    Prémio       APE em 1985 com o romance Auto dos Danados e em 2000 com    o       romance Exortação aos Crocodilos e o Prémio Europeu de       Literatura, em 2001.      Nasceu a 1 de Setembro de 1942, em Lisboa, onde cresceu,       filho de uma família da alta burguesia portuguesa.      É o mais velho de seis irmãos. São eles João, que se    dedicou       à medicina, Pedro, à arquitectura, Miguel, à    jurisprudência       e Nuno, à neurologia pediátrica. De todos os irmãos, foi    com       João que estabeleceu uma relação mais forte.      Licenciou-se na Faculdade de Medicina, em Lisboa ?    afirmou       ter ido para medicina por acaso. Especializou-se,    depois, em       psiquiatria, por pensar que era parecido com literatura.      Esteve na fase final da Guerra Colonial com a função de       tenente e médico do exército português durante vinte e    sete       meses (entre 1971 e 1973).      Exerceu a sua profissão no Hospital Miguel Bombarda, em       Lisboa.      No que concerne à política, apenas uma vez foi militante    da       APU (Aliança Povo Unido - coligação liderada pelo    Partido       Comunista Português), em 1980. Contudo, em relação à    questão       do poder, afirma estar um pouco distanciado, talvez por       formação e herança do seu pai, que era anarquista.      Foi, sensivelmente, por volta de 1985, que António Lobo       Antunes se dedicou quase exclusivamente à escrita. Diz    que       apenas conheceu pessoas do meio artístico depois de se       tornar escritor. Entre essas pessoas está José Cardos    Pires,       um dos seus melhores amigos. Embora não directamente    ligado       ao meio artístico, também conheceu Daniel Sampaio, que    foi       fundamental para a publicação das suas primeiras obras,    uma       vez que foi ele que se preocupou em contactar as    editoras ?       principalmente, na sua primeira obra, Memória de    Elefante,       de 1979.      Os temas abordados nas suas obras são a guerra colonial       (essencialmente nos primeiros); a morte; a solidão; a       frustração de viver ou não amar. Numa entrevista de 1992    ao       Público, afirmou ter começado a abordar um tema que até    essa       altura não tinha feito parte dos seus romances: a    ternura.      A sociedade urbana da burguesia é a mais retratada nos    seus       livros, uma vez que esta sociedade caracterizou o seu       próprio ambiente familiar. Deste modo, o autor tem a       necessidade de partir de uma base real para a criação    das       suas obras.      Disse, numa entrevista à Visão, em Setembro de 1996, que    as       principais influências nos seus livros foram o cinema    norte-      americano, o cinema italiano, os andamentos da música, e       também alguns escritores que o encantaram na    adolescência,       como sejam: Céline, Hemingway, Sartre, Camus, Malraux,    Júlio       Verne e Emilio Salgari; mais tarde foi a descoberta de       Simenon e posteriormente a descoberta dos russos com    Tolstoi       e Tchekov.       António Lobo Antunes começou por utilizar o material       psíquico que tinha marcado toda uma geração: os enredos    das       crises conjugais, as contradições revolucionárias de uma       burguesia empolgada ou agredida pelo 25 de Abril, os    traumas       profundos da guerra colonial e o regresso dos    colonizadores       à pátria primitiva. Isto permitiu-lhe, de imediato,    obter um       reconhecimento junto dos leitores, que, no entanto, não    foi       suficientemente acompanhado pelo lado da crítica. As       desconfianças em relação a um estranho que se intrometia    no       meio literário, a pouca adesão a um estilo excessivo que       rapidamente foi classificado de "gongórico" e o próprio       sucesso de público, contribuíram para alguns       desentendimentos persistentes que se começaram a    desvanecer       com a repercussão internacional (em particular em    França)       que a obra de António Lobo Antunes obteve.  
 
  
 
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