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O Caçador De Pipas
(Khaled Hosseini)

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Sou uma leitora bastante seletiva, costumo evitar livros que estão ?na moda?, preferindo sempre os clássicos, aqueles que o tempo se encarregou de consagrar. Entretanto, não pude deixar de constatar o quanto esse comportamento é preconceituoso, e burro, com os seguintes acontecimentos. Eu e meu marido por vezes vamos à livraria e escolhemos como presente pessoal um livros para cada. Eu sempre atrás de indicações, obras que eu já conheça algo sobre o autor. ele considera a situação pura diversão e escolhe por agradar-se do título ou coisa assim. Pois bem, ele escolheu certa vez ?O Caçador de Pipas?. Eu ri, comentei que era um livro que estava ?na moda?, o encontrávamos nas vitrines de todas as livrarias e sebos. Muita gente estava querendo ler o que o cara tinha escrito, mas fiz pouco caso. Comprei uma obra de um francês a quem admiro e pronto. Algum tempo depois ele terminou o livro, e parcimonioso como é com os elogios, recomendou sem muitas delongas. Relutei, ele disse que iria emprestar ao irmão somente após eu lê-lo. Numa tarde tediosa de sábado, onde eu estava sem saco para livros técnicos, fui atrás de diversão e abri o tal livro. Gostei do começo, mas nada que me empolgasse muito. Deixei de lado. Dias depois, o peguei novamente, li pouca coisa, sem chegar a 60 páginas larguei por algum imprevisto, dessa vez mais interessada na historia. Estranhei o marido ter comentado pouco. Da terceira vez, só o larguei quatro horas depois, quando o tinha acabado. Os adjetivos que posso utilizar para o que eu li, parecem insuficientes. Fiquei emocionada algumas vezes, nauseada outras. Ele conseguiu despertar inúmeros sentimentos em mim. São tantas as questões que ali são tratadas, tantas releituras se fazem possíveis. O autor retrata um Afeganistão diferente daquele dos noticiários, insere-nos descaradamente numa cultura diversa e viva. Terminamos a leitura respeitando essas pessoas, seu modo de vida, as coisas pelas quais tanto acreditam, a forma como lidam com o seu universo. Ainda tenho presente a imagem do pé de amora, dos meninos lendo e rindo lá embaixo como um belo quadro cheio de areia e sol. Já recomendei o livro há muitas pessoas, todas aquelas que me são caras pra que sintam a ternura que senti. Também recomendei a meus amigos psicólogos, afinal, ali se vê um ser humano inteiro, fazendo seu caminho de complicação emocional e o caminho de volta. Recomendei a família, pq os amo. Recomendo não assim gratuitamente, mas a quem eu sei que esse livro pode tocar de fato. Recomendo a quem precisa também, pois vejo ali, bem francamente, um relato preciso de como pode alguém se corromper, e como pode alguém ser honesto, puro, simples. Vi ali a simplicidade tão bonita, tão mais viva e serena. A nobreza em tantos atos. Um contraste com esse mundo sujo e desonesto, esse momento tão corruptível que estamos vivendo. Não se trata de moralizar num sentido dogmático, mas de resgatar esses sentimentos esquecidos como fidelidade, força, amizade, sinceridade, e principalmente coragem. Bem, lamento decepcionar quem leu esse resumo esperando encontrar partes da historia, e o fiz propositadamente. Podia falar quem foi Amir, quem foi Hassam, mas você leitor, perderia tudo isso que eu encontrei ali no livro, esse encontro maravilhoso com a dignidade humana. Num momento onde as esperanças precisam ser resgatadas, onde é preciso acreditar que se pode ser bom, mesmo no meio de tanta crueldade e vileza, esse livro é um verdadeiro presente. Boa leitura.



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