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O Manuscrito Vermelho
(Antonio Gala/lacalle)

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Nenhuma visita a Granada (Espanha) pode ser bem aproveitada sem que se tenha lido antes este livro. Antonio Gala nos leva com maestria através da vida do último rei mouro de Granada, Boabdil, e a tragédia de uma vida amorosamente ligada à família e a Granada. Na visão de Boabdil (ou melhor, dizendo na visão de Gala) Granada intensifica suas cores e seus mistérios, transforma-se em um ser vivente que fascina o leitor de tal modo que este fica triste ao terminar de ler o livro porque não pode fazer amor com a cidade. No livro, Boabdil, velho e exilado em Fes (Marrocos) nos conta, num tom romântico e trágico, como ele cresceu rodeado pela magnificência e  beleza de "La Alhambra". Como aprendeu a amar os jardins, os pássaros, as pessoas. O amor brotava das pedras, flores e fontes, e ele era tocado por  essa magia dos sentidos. Como sempre a tragédia e a felicidade ocorrem simultaneamente. Um ser humano assim fragilizado pelo sentimentalismo foi levado ao trono deste reino onde num piscar de olhos o aroma das frutas podia se transformar no cheiro de sangue (o relato de Boadbil foi escrito tendo a guerra pela tomada de Granada, 1482-1492 como pano de fundo). A história de Boadbil nos leva aos últimos anos da dominação moura no sul da Espanha (conhecida como Al-Andalus pelos mouros, Andaluzia para os espanhóis). Durante esse tempo, ele tinha que lutar alternadamente contra seu pai, seu tio, sua mãe e os reis de Espanha, os revoltosos de Granada, ou até contra todos simultaneamente. Durante a primeira batalha contra os espanhóis foi aprisionado. Depois de lentas negociações foi assinado um tratado com os reis de Espanha, no qual ele seria libertado em troca de seus filhos, afastados dele (permaneceram assim por muitos anos). Ele era manejado por sua mãe, mulher ambiciosa (preterida pelo marido por uma concubina mais jovem). Recebeu o apelido de Zogoiby (o desafortunado) quando nasceu, e isso parece que o perseguiu durante toda sua vida. Perdeu tudo que ganhou, incluindo a cidade de Granada, onde teve que render-se em circunstâncias humilhantes para os reis de Espanha (esta tragédia foi aumentada pela História, pois poucos reis sabem exatamente em que data perderam seu reino). Foi forçado a partir com sua família e recebeu terras para viver em outro lugar. Enquanto deixava a cidade atravessando as montanhas ele se virou para dar uma última olhada e lágrimas de tristeza correram por seu rosto. Sua mãe cheia de ressentimento o mortificou com as devastadoras palavras: "chora como uma mulher pelo que não conseguiu manter como homem". Depois de perder seu reino ele, contudo recuperou sua família (sua linda mulher Morayma e seus filhos). A felicidade durou pouco, pois ela morreu pouco depois. Boabdil então deixou a Espanha e foi para Marrocos onde ainda viveu muitos anos. Esta visão romântica de Boabdil ainda é o espírito que habita as ruas de Granada, trágica, linda e eterna. O espírito de Granada salta das paredes e pedras das ruas por onde se anda. Não se sabe por que, mas se sente, como senti.



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