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O Cortiço
(Aloísio de Azevedo)

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O Cortiço (Naturalismo) apresenta como personagem principal João Romão, português que pode ser encarado como metáfora do capitalismo selvagem, pois tem como principal objetivo na vida enriquecer a qualquer custo. Ambicioso ao extremo, não mede esforços, sacrificando até a si mesmo. Veste-se mal. Dorme no mesmo balcão em que trabalha. Das verduras de sua horta, come as piores: o resto vende. Mas sua ascensão não se vai basear apenas na autoflagelação. Explora o próximo. O vinho que vende aos seus clientes é diluído em água. Era essa uma escrava que ganhava a vida vendendo peixe frito diante da venda de João Romão. Tornam-se amantes. O protagonista aproveita as economias dela e, mentindo que havia comprado a sua carta de alforria, investe em seus negócios, construindo três casinhas, imediatamente alugadas. com o tempo, de três chegam a 99 casinhas, tornando-se o Cortiço São Romão. De fato, os moradores do cortiço vão formar uma galeria de tipos extremamente rica, colorida, autorizando-nos a dizer que essa coletividade é que se torna a melhor personagem da obra. A moradia coletiva comporta-se como um só personagem, um ser vivo. Nesse lugar, encontramos inúmeras figuras, cada uma representando um mergulho nas diferentes taras. Há vários exemplos, como Neném, adolescente negra de libido explosiva que acaba perdendo a virgindade nas mãos de um empregado de João Romão. Cai na vida. Existe também Albino, de tendências homossexuais, ou Machona, de pulso firme. Botelho, homem corroído pelas hemorróidas e pelo pior tipo de materialismo. Pombinha, moça afilhada da prostituta Léonie, que é responsável também por sua iniciação sexual. A menina é noiva de João da Costa. seu casamento seria a garantia de saída daquela moradia pobre. Mas sua mãe tinha escrúpulos que adiavam o casamento: enquanto a filha não se tornasse mulher não podia casar-se. No entanto, a menarca estava por demais atrasada, o que se transformava num drama acompanhado pelos moradores do cortiço, que a tratavam como a flor mais preciosa. Enquanto não tem sua primeira menstruação, é menina pura. Tanto que, uma das poucas alfabetizadas e dotadas de tempo ocioso, dedica-se a ler e a escrever as cartas dos diversos moradores do cortiço, entrando em contato com a podridão das paixões humanas. Mas isso não macula sua inocência até o momento em que, mulher, adquire maturidade para entender o que se passa entre aquela multidão de machos e de fêmeas. Com nojo de tudo o que via, desencanta-se. No fim, vira lésbica e cai na vida, principalmente por influência de sua iniciadora, Léonie. Mas a mais famosa personagem é a mulata Rita Baiana. Flagramo-la voltando de uma temporada com seu mais novo namorado, Firmo. Como é adorada pelos homens, mulheres e crianças do cortiço, seu retorno é marcado por imensa festa. É nesse momento que acaba encantando o coração de Jerônimo, português recém-chegado à moradia, que viera para trabalhar na pedreira de João Romão. Sua paixão faz com que se abrasileire imediatamente. Perde o vigor típico de sua raça para o trabalho. Passa até a gostar de nossa bebida e comida. Sua paixão vai esbarrar nos brios de Firmo, que chega a se desentender com o português. Num golpe de capoeira, rasga a barriga do estrangeiro com uma navalha. Situação crítica, passa a morar num outro cortiço na mesma rua, apelidado de Cabeça de Gato, o que acirra a rivalidade entre as duas moradias. A situação piora quando Jerônimo manda matar a pauladas o seu rival. Enquanto foge com Rita Baiana, as duas moradias mergulham num conflito. O Cortiço São Romão sofre a invasão dos moradores do Cabeça de Gato, que só é interrompida por causa de um incêndio que eclode. Facilmente João Romão, rico, refaz o seu cortiço. Aliás, está com outros planos: quer subir o nível de seus moradores. É um reflexo de seu desejo: quer aceitação social. Para tanto, além de ativar uma vida social, sonha em se casar com afilha de seu vizinho, Zulmira. Esse nobre morador era também português,há mais tempo estabelecido no Brasil. Seu nome: Miranda. Havia-se mudado para a periferia na vã esperança de que, longe do Centro, sua esposa iria deixar de traí-lo. Inútil. Estela era obcecada por sexo, fazendo-o indiscriminadamente com os empregados e até com gente mais jovem, como Henriquinho, moleque que fora hospedado pelo marido. Fazia-o até com o marido, mesmo brigados. De noite, os dois entregavam-se aos instintos; de dia, nem se falavam. Miranda enxergava João Romão como inimigo porque, além de estar com inveja de seu enriquecimento volumoso, sentia-se incomodado com aquela gentalha agitada grudada nos fundos de sua casa. No entanto, entra em acordo de interesses com seu agora ex-inimigo. Miranda tem a nobreza de que João Romão necessita. João Romão tem o dinheiro de que Miranda necessita. Nada mais conveniente do que a união de famílias. O problema era Bertoleza. Sem o mínimo escrúpulo, João Romão denuncia aos herdeiros do antigo dono dela o paradeiro dessa escrava. Só que ele não contava que ela, quando da visão dos soldados, fosse rasgar sua própria barriga com a mesma faca com que tratava peixe, estrebuchando como uma anta até morrer. Ironicamente, assim que essa espantosa cena se desenrola, pára diante da casa de João Romão uma carruagem. Dela descem pessoas que vinham entregar uma homenagem ao protagonista, por ter-se mostrado um homem preocupado com a situação do negro e a causa abolicionista.  



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