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Iracema (parte Ii De Iii)
(José de Alencar)

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No silêncio da noite, ouviu-se na cabana de Araquém o grito semelhante ao de uma gaivota. Iracema disse ser o sinal de guerra dos Pitiguaras; Martim reconheceu o som que emitia seu amigo Poti. Iracema ficou com medo porque a fama da bravura de Poti era conhecida e temida: ele estaria vindo para libertar seu amigo, destruindo os tabajaras? A moça ficou triste, mas garantiu fidelidade a Martim, mesmo à custa da morte de seus irmãos de raça. O branco tranqüilizou-a, afirmando que fugiria, para evitar o conflito. A índia foi encontrar-se com Poti para lhe dizer que Martim iria com ele, escondido, a fim de evitar um conflito das tribos inimigas. Antes de sair, ela ouviu do pai, em segredo, a recomendação de que, se os comandados de Irapuã viessem tentar matar Martim, ela o escondesse no subterrâneo da cabana, vedado por uma grande pedra. Não era prudente Martim afastar-se às claras porque poderia ser seguido. Nisso, apareceu Caubi para alertar a irmã e Martim de que os Tabajaras tencionavam matar o branco. Iracema pediu ao irmão que levantasse a pedra para ela e Martim entrarem no esconderijo e que ele ficasse de guarda. Irapuã chegou à porta da cabana, acompanhado de seus subordinados, todos bêbados, e discutiu com Caubi. Nesse instante, reboou o trovão de Tupã. O vingativo chefe não se acalmava. Reboou mais uma vez o trovão, que os índios entenderam como sendo a ameaça de Tupã. Cercaram o chefe e o levaram de lá, amedrontados. No interior da caverna, Iracema e Martim ouviram a voz de Poti, embora sem vê-lo. Ele lhes declarou que estava vindo sozinho para levar Martim, seu irmão branco. Por sugestão de Iracema, ficou combinado que Martim fugiria ao encontro de Poti só na mudança da lua, ocasião em que os tabajaras estariam em festa e assim ficaria mais fácil os dois evitarem o encontro com o irado Irapuã. À noite, na cabana, ausente Araquém, Martim, ao lado de Iracema, não conseguia dormir: desejava-a, mas ela era proibida. Então, ele lhe pediu que trouxesse o vinho da Jurema para apressar o sono. Dormiu e sonhou com Iracema, chamando-a; ela acorreu acordada. Ainda dormindo, sonhou que se abraçavam, sendo que Iracema o abraçou de verdade. Na manhã seguinte, Martim se afastou da moça, dizendo que só podia tê-la em sonho. Ela guardou o segredo do abraço real e foi banhar-se no rio. Mal sabia Martim que Tupã havia acabado de perder sua virgem. No final da tarde, quando a lua apareceu, os Tabajaras se reuniram em torno do pajé, levando-lhe oferendas. Iracema dirigiu-se à cabana do pai para buscar Martim e conduzi-lo até Poti que o aguardava escondido a fim de levá-lo, livrando-o de Irapuã. Iracema os acompanhou até o limite das terras tabajaras. Quando Martim insistiu em que ela retornasse para a tribo, ela lhe revelou que não poderia fazer isso, porque já era sua esposa. Surpreso, Martim ficou sabendo que tinha sido realidade o que sonhara. Ao escurecer, interromperam a caminhada e Martim passou a noite na rede com Iracema. Ao raiar da manhã, Poti, preocupado, os chamou, alertando que os tabajaras já estavam na sua perseguição, informação que ele colheu escutando as entranhas da terra. Envergonhado, Martim pediu que Poti levasse Iracema e o deixasse só, pois ele merecia morrer. O amigo disse que não o largaria. Iracema apenas sorriu e continuou com eles. Irapuã e seus comandados chegaram ao local onde estavam os fugitivos. Acorreram também os Pitiguaras, sob a chefia de Jacaúna. Travou-se o inevitável combate. Jacaúna atacou Irapuã; Caubi, agora com ódio do raptor de sua irmã, atacou Martim, mas, a pedido de Iracema, o branco simplesmente se defendeu, pois ela disse que, se Caubi tivesse que morrer, isso aconteceria pelas mãos dela. Então, Martim deixou Caubi por conta de Poti, que já havia matado vários tabajaras, e enfrentou Irapuã, afastando Jacaúna. A espada de Martim espatifou-se no choque com o tacape. Quando Irapuã avançou contra o banco desarmado, Iracema arrojou-se contra o chefe Tabajara e o impediu de prosseguir a luta. Nesse instante, soou o canto de vitória: Jacaúna e Poti haviam vencido. Os tabajaras fugiram, levando Irapuã com eles. Iracema chorou vendo seus irmãos de raça mortos. Poti retornou à sua taba, às margens do rio, feliz por ter salvo seu irmão branco. Iracema estava triste por ficar hospedada na tribo inimiga de seu povo. Ciente disso, Martim resolveu procurar um lugar afastado para morarem. Puseram-se a caminho, o casal e Poti, que fez questão de acompanhá-los. Acharam um local apropriado. Martim pensava em trazer seus soldados para se aliarem aos Pitiguaras contra os tabajaras. Na nova rotina diária, Poti e Martim caçavam, Iracema colhia frutas, passeava pelos campos, arrumava a cabana, sempre na expectativa da volta de Martim. Grávida, ela aguardava a hora do parto e já não sentia mais contrariedade por ter saído de sua nação. Com festas, Martim foi introduzido na tribo Pitiguara adotando o nome de Coatiabo. Com o passar do tempo, Coatiabo começou a entrar em depressão. Iracema não o fascinava tanto. Ele vivia mais afastado, tomado pelas lembranças do passado anterior à vida na selva. Ficava olhando as embarcações passando a longe no mar, sem dar muita atenção à índia.



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