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O Carma Da Terra No Brasil
(Xico Graziano)

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Para tratar de questões referentes à problemática da terra, Xico Graziano, lança a obra ?O Carma da Terra no Brasil?, o autor, filho e neto de agricultores, vivenciou a realidade do campo, em suas delícias e dificuldades, cresceu defendendo o campo. Formado em 1974 em agronomia, defendia o usufruto do solo. No período em que foi estudante universitário, desenvolveu o gosto pela política, como militante de esquerda lutou pela democracia da terra. Lecionou durante 15 anos na UNESP de Jaboticabal, onde sempre esteve envolvido com as questões da terra. Foi Presidente do Incra em 1998 e, Secretário Particular do Presidente. Fernando Henrique Cardoso.A idéia central do livro é a reforma agrária, onde Xico Graziano procura deixar evidente o equívoco na idéia de se distribuir terras hoje no Brasil, como forma de minimizar a pobreza. O modelo de Reforma Agrária em vigor, apenas transfere a pobreza de lugar, em seus estudos sobre a distribuição de terras, deixa claro sua visão de que os assentamentos rurais são amostras do fracasso deste processo, ineficiente até mesmo como meio de produção da subsistência familiar.Para os defensores da reforma agrária esta traria enormes benefícios Para a população, à miséria diminuiria e a oferta de alimentos aumentaria, com uma tendência à queda dos preços, onde se presenciaria uma expansão no consumo. Seria um dínamo para o consumo de bens industrializados, pois haveria crescimento no mercado interno e um alinhamento ao capital estrangeiro, era preciso aceitar novos caminhos para uma tarefa difícil, fazia-se necessário reformar as leis e as práticas fundiárias, rompendo com a idéia dominante do distributivismo como único caminho para se combater a miséria.Durante anos, a tão sonhada reforma agrária arrastou-se, ficando suas metas restritas ao papel. Segundo Graziano, com Fernando Henrique Cardoso, o Brasil assistiu a maior e a pior reforma agrária da história, devido ao modelo ultrapassado, imposto por uma sociedade pós-capitalista e um processo político polarizado.Atualmente, vemos inúmeras propostas na tentativa de diminuir à escandalosa diferença social que, se solidificou após 50 anos de um fortíssimo êxodo rural, a inversão da população, que até 1950 concentrava-se no campo, atualmente extrapola os centros urbanos, expulsos pela mecanização da agricultura. A construção civil procurou absorver grande parte desta mão-de-obra, que por ser desqualificada, recebe baixos salários, ficando enquadrados nos subempregos.Graziano critica a marcha dos sem-terras, utilizados como recursos para mobilizar a mídia e alimentar a audiência de telejornais que, expõem rostos cansados e mãos calejadas em busca de sua dignidade, manipulados por jogos de interesses políticos que não visam o bem-estar da população rural.A realidade política do país se encontra modificada, bem como o Movimento sem-terra. Conforme a análise de Graziano, este foi enfraquecido devido seu envolvimento em atitudes fraudulentas e suas ações violentas e radicais. Segundo pesquisas do autor o movimento não é composto apenas pelos interessados em adquirir a terra para subsistência, mas também por pessoas com interesses políticos e individualistas.A venda de lotes de terras nos assentamentos se transformou em um negócio vantajoso, chegando a valer até 30 mil reais. Os lotes geralmente são vendidos a familiares ou ao ?cupincha? maior dos próprios acampamentos.A existência de outras dificuldades como falta de condições técnicas e instrumentos de trabalho, considerando os diversos auxílios oferecidos pelo Governo, também resultam em abandono ou venda dos lotes. O autor analisa tal questão comparando as facilidades oferecidas aos assentados e aos pequenos agricultores, concluindo que o baixo índice de permanência das famílias assentadas em seus lotes, não ocorre exclusivamente pela afirmação de que não são ofertadas as condições necessárias para seu desenvolvimento, uma vez que estas são oferecidas com maior vantagem do que aos pequenos agricultores. Nesse sentido, existem muitos casos de pequenos agricultores que se engajam ao Movimento devido ?as maiores vantagens?.A questão da política dos recursos necessita ser revista, tanto no movimento sem-terra, quanto no Governo.Graziano analisa a questão da dificuldade do Governo em localizar terras ociosas para desapropriar. No ano de 1994 o preço da terra despencou, deixando de ser lucrativo a compra de terra para especulação. Em 1999, a agropecuária se expandiu devido ao desenvolvimento tecnológico que, passou a garantir uma maior produtividade e uma margem de lucro satisfatória. Como resultado do dinamismo político e econômico, as terras produtivas e com boa localização foram se esgotando, necessitando um maior esforço na arrecadação dos recursos fundiários. Consequentemente, as desapropriações ocorreram em áreas onde a terra tinha menor possibilidade de produção e, em áreas com localização distante e de difícil acesso, além de o Governo se defrontar com uma escassez de terras ociosas para a reforma agrária.Como resultado de todo este processo fica cada vez mais caro e difícil continuar desapropriando terras, pois o distributivismo agrário se torna inviável devido ao progresso da agropecuária.Segundo Graziano, atualmente terras improdutivas existem somente no cadastro do Incra, que considera como improdutivas imensas áreas de florestas naturais, a maioria na Amazônia e terras no Nordeste, inviáveis para uso agrícola. O autor considera estas projeções como um atentado a agronomia e a ecologia. Para agravar mais ainda a situação da reforma agrária, o Incra passou a fabricar latifúndios que só existem em documentos do próprio Instituto.Neste sentido, Graziano deixa claro que permanecer, ainda hoje, preso ao pensamento distributivista é um desserviço a nação, apontando sugestões para amenizar toda a problemática apresentada em seu livro, ou seja, a questão da reforma agrária no Brasil.



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